A CVC anunciou um aumento de capital para levantar R$ 700 milhões — menos que o mercado esperava e com termos de subscrição vistos como favoráveis.
A ação sobe 8% para R$ 20,85 no meio do pregão.
A maior operadora de turismo do Brasil vai emitir até 23,5 milhões de novas ações a modestos R$ 12,84 por ação. (O preço foi definido pela média dos últimos 90 dias com um desconto de 20%.)
Os acionistas que subscreverem o aumento de capital ainda receberão um bônus de subscrição por cada ação subscrita. Cada bônus dará direito a 1,33 nova ação ao mesmo preço do aumento de capital.
Na prática, isso significa que a companhia vai botar no caixa R$ 301 milhões em setembro, quando o aumento de capital finalizar, e outros R$ 400 milhões em fevereiro de 2021, quando os bônus forem exercidos. Assumindo adesão total à oferta e a conversão de todos os bônus em ações, a diluição da base atual será de 26,8% — considerada pequena, dado o estado cataclísmico do setor de turismo.
O período de subscrição começa dia 15 de julho e fica 30 dias em aberto.
Sim, a maioria dos aviões está no chão e o brasileiro está com medo de viajar, mas os termos da oferta sugerem que a CVC não precisa de tanto caixa quanto se imaginava antes. Dias atrás, a companhia anunciou que reduziu sua queima de caixa para R$ 52 milhões/mês ao longo do segundo trimestre.
A recepção positiva da oferta também é um voto de confiança reiterado no CEO Leonel Andrade, que assumiu o cargo em abril: até agora, a CVC sequer publicou seu balanço do quarto trimestre do ano passado, e disse que vai publicar tanto o 4Q 2019 quanto o 1Q 2020 até 31 de julho.
Esta semana, a CVC atualizou sua estimativa do impacto de erros na contabilidade de R$ 250 milhões para R$ 350 milhões.
Os maiores acionistas da CVC são o Opportunity (com quase 13% do capital) e a Equitas (com mais de 5%).
A oferta, privada, é coordenada pelo Itaú BBA.
A companhia opera hoje com cerca de 860 de suas 1360 lojas abertas; os números flutuam diariamente na medida em que estados e municípios fecham e reabrem suas economias.