A Leads2B — uma empresa de SaaS que está criando uma espécie de ‘sistema operacional’ para turbinar os times de vendas B2B — acaba de levantar uma rodada de R$ 20 milhões com a Crescera Capital.
A Série A é a terceira da história da empresa, que já havia levantado outros R$ 14,5 milhões desde que foi fundada em 2016.
Na rodada anterior, a Leads havia atraído a ABSeed e a OrderVC, a gestora do empresário Gilberto Zancopé, dono da Wap.
O pulo do gato da Leads foi integrar numa única oferta diversas soluções de vendas que já eram vendidas separadamente por outras empresas – barateando o custo total e gerando interações relevantes entre as diferentes áreas, o que permite criar inteligência em cima dos dados.
Por exemplo, uma das soluções da Leads dá ao cliente acesso a um banco de dados com mais de 99% das empresas brasileiras — permitindo que ele faça um recorte apenas de seu mercado alvo e defina a estratégia de abordagem.
Ela também tem uma solução de criação de sites e landing pages; de automação de marketing; e um CRM completo com múltiplos funis de vendas.
“Os vendedores podem fazer todas as ligações e trocas de mensagem com os clientes dentro da plataforma, e as gravações são enviadas para o CRM,” Eduardo Langowski, o cofundador, disse ao Brazil Journal. “Isso é muito relevante porque, ao ter todas as informações dentro da plataforma, eu vou conseguir gerar inteligência pelos dados e ver, por exemplo, quais tipos de abordagens comerciais geram mais vendas.”
A rodada de hoje é justamente para financiar a expansão dessa segunda etapa, o que pode ser feito via M&A.
Por enquanto, a Leads criou apenas o sistema operacional; o próximo passo é começar a gerar inteligência com os dados da plataforma e dar insights aos clientes sobre as melhores formas de agir.
“Vamos poder mostrar para uma empresa, por exemplo, se o vendedor que fala mais ao telefone converte mais ou menos do que o vendedor que tem uma postura mais passiva, de ouvinte,” disse ele.
A LeadsB2B já atende 2.000 empresas de pequeno e médio porte que pagam, em média, R$ 1.300 por mês pela assinatura da plataforma.
Mas a startup acredita ter um oceano azul pela frente.
Segundo Eduardo, o mercado endereçável da Leads é de mais de 3 milhões de empresas. “E esse mercado vem se digitalizando ao longo dos anos, então esse número tem aumentado todos os anos,” disse ele. “Cada vez mais as PMEs estão percebendo que é necessário ter processos aliados à tecnologia para se manterem competitivas.”
A Leads espera dobrar sua base de clientes este ano, chegando a 4.000, depois de já ter dobrado no ano passado.
A startup foi fundada por Eduardo — que é mestre em inteligência artificial pela UFPR e está com seu doutorado trancado na UFMG (não é fácil ser startupeiro e acadêmico ao mesmo tempo) — e por Leonardo De Bona e Vinicius Ruoso.
Leonardo é amigo de faculdade de Eduardo e trabalhava na área de tecnologia do HSBC. Já Vinícius entrou para a Leads quando ela comprou sua empresa — a ReceitaWS — para criar sua vertical de dados sobre as companhias.