Leonardo Cabral, que até junho era o diretor de privatizações do BNDES, será o novo head de capital markets do Credit Suisse Brasil, um cargo que equivale a head de investment banking em outros bancos.
Ele assume o cargo em janeiro e vai se reportar ao head de capital markets da América Latina, Javier Vargas, e ao recém-nomeado co-CEO do banco no Brasil, Ivan Monteiro.
A contratação marca o retorno de Leonardo ao Credit Suisse, onde o executivo trabalhou entre 2004 a 2016, principalmente na área de investment banking. Em sua última função, ele havia sido o head de M&A e private placements no Brasil.
Leonardo volta ao banco num momento em que o Credit Suisse tem perdido mercado em franquias onde já foi líder.
Na área de M&A, segundo a Dealogic, o banco tem recuperado share este ano, assessorando transações como a venda do BIG para Carrefour Brasil, a venda da Echoenergia para a Equatorial e a reorganização societária da B2W e Lojas Americanas. Mas no ECM, a área que estrutura IPOs e outras ofertas de ações, o banco tem perdido share para players como XP, BTG e Itaú.
Para liderar a área de debt capital markets, o Credit Suisse contratou no início do ano Rodrigo Fittipaldi, um MD que estava há 11 anos no BNP Paribas e que deve trazer um foco maior em emissões de dívida cross-border.
A contratação de Leonardo foi o último ato de José Olympio Pereira como CEO do banco. O banqueiro, que ocupava o cargo desde 2012, sai de férias hoje e deixa o Credit Suisse na virada do ano, seguindo o plano que o banco informou ao mercado em maio.
Leonardo leva para o Credit Suisse uma experiência eclética de mercado.
Quando foi assessor de Pedro Parente na presidência da Petrobras, ele liderou o time que coordenou o re-IPO da BR Distribuidora, hoje Vibra Energia. No BNDES, onde ficou quase dois anos, coordenou o programa de desinvestimento do portfólio de participações da BNDESPar, executando mais de 50 transações que somaram R$ 78 bilhões.