A floresta amazônica é um imenso laboratório vivo onde a ciência moderna se encontra com o conhecimento de povos indígenas e comunidades tradicionais.
Dessa combinação nasce a bioeconomia — uma nova fronteira de desenvolvimento que busca gerar renda e preservar a floresta. Esse é o tema do novo episódio do podcast COP Meio Cheio, Meio Vazio, do Brazil Journal.
A bioeconomia ainda representa apenas 1,2% do PIB da Amazônia, mas o potencial é gigantesco. Segundo o climatologista Carlos Nobre, líder do projeto Amazônia 4.0, a criação de uma rede de hubs de inovação na região pode gerar 620 mil empregos verdes e R$ 8 bilhões por ano até 2035.
“É possível industrializar produtos da biodiversidade e criar uma nova economia mantendo a floresta em pé,” diz Carlos Nobre, o mais renomado cientista brasileiro na pesquisa das mudanças climáticas.
O episódio também destaca os desafios logísticos da região, onde 70% do transporte é fluvial, com custos altos e perdas de até 25% em produtos perecíveis. O cientista social Agliberto Chagas defende investimentos em infraestrutura e biofábricas para aumentar a renda das comunidades.
Entre os exemplos de sucesso está o açaí, hoje o principal produto da biodiversidade amazônica, que movimenta US$ 15 bilhões por ano no mundo. A rede paranaense The Best Açaí, com mil lojas e faturamento de R$ 1,2 bilhão, mostra o potencial de negócios sustentáveis com origem na floresta.
O governador do Amapá, Clécio Luís, reforça que o desafio é conciliar conservação e prosperidade. “Debaixo das copas das árvores moram pessoas — e muitas delas vivem na pobreza”, diz.
O podcast COP Meio Cheio, Meio Vazio é publicado duas vezes por mês e tem o patrocínio de Aegea, Allos, Santander e Vale.
Disponível agora no Spotify.