O Santander está cauteloso com as construtoras de média renda, já que a queda na confiança dos consumidores dessa faixa poderá levar a uma revisão para baixo no número de lançamentos. 

Já no segmento de baixa renda, que não sente diretamente o impacto da Selic elevada, o cenário permanece favorável. 

Os analistas do banco veem dois fatores que podem prejudicar as construtoras focadas na classe média: o aumento no número de projetos com resultados abaixo do esperado, com provável impacto nos preços dos imóveis em algumas regiões; e a elevação no custo dos financiamentos, uma vez que os bancos já se aproximam do teto de 80% do funding com recursos da poupança. 

Na baixa renda, os analistas do Santander acham que medidas regulatórias aprovadas no ano passado — envolvendo o uso do FGTS no pagamento de parcelas do financiamento e o alongamento dos prazos — devem beneficiar o segmento.

Entre as construtoras que fazem parte da cobertura do Santander, as duas preferidas são Direcional e Cury. A MRV também aparece com perspectivas favoráveis porque é uma das construtoras “mais bem posicionadas para sair ganhando com a provável reformulação do programa Casa Verde Amarela” – que poderá voltar a ser chamado de Minha Casa Minha Vida. 

Para o segmento de renda média e alta, a recomendação do Santander é para a Cyrela, que segue publicando números sólidos, com boa performance na execução dos projetos.  

A avaliação do Santander é semelhante à do Bradesco BBI, que vê a Cyrela como top pick, com a Cury e a Direcional na sequência entre os papéis preferidos. 

Para os analistas do Bradesco, a Cyrela é o papel mais bem posicionado para se beneficiar de uma melhora do cenário macroeconômico e uma esperada queda da Selic, por causa da alta liquidez e de seus bons números operacionais.