Para se proteger de uma possível desaceleração do PIB ou de um pico inflacionário, compre ações de utilities — mas como dizia Walter Mercado, “compre djáaaa!”
É o que defende a equipe de research da Goldman Sachs após a curva de juros fechar nos últimos dias.
Os analistas apontam que o fechamento recente dos DIs se deu pela soma de vários fatores, desde a valorização do real até o posicionamento leve do mercado — em um momento de tentativa de antecipação do cenário eleitoral de 2026 com a queda na popularidade do Presidente Lula.
Mas como a inflação ainda segue bastante desancorada da meta, foram os dados econômicos enfraquecidos os grandes responsáveis pela reprecificação da Selic terminal por parte do mercado e pela adoção de um discurso mais dovish pelo Copom.
“Após precificar 17,2% de Selic terminal em dezembro, a curva agora implica um juro básico de 15,2% no fim de 2025 e 105 bps em cortes até janeiro de 2027”, disseram os analistas.
Para a Goldman, esse cenário abre uma janela para investimento em ações de utilities, principalmente empresas de transmissão e distribuição.
Além de se beneficiarem de uma eventual queda na taxa de juros por conta de seus fluxos de caixa no futuro, as empresas de utilities “são papéis defensivos contra uma eventual desaceleração do PIB,” disse a equipe liderada pelo analista Bruno Amorim.
”A correlação da demanda por energia e água com o PIB é baixa, e o quadro regulatório compensa totalmente (transmissão) ou pelo menos parcialmente (distribuição) os volumes potencialmente mais baixos.”
Além disso, os segmentos de distribuição e transmissão oferecem proteção contra possíveis picos de inflação, por conta dos reajustes tarifários anuais, disse a Goldman.
Sabesp e Equatorial são as preferidas do banco no setor, negociando a TIR de 11% e 12%, respectivamente, e duration de 12 anos.