Quando Rubens Zanelatto teve a ideia de criar a Mottu — uma plataforma de aluguel de motos para o delivery — a pandemia ainda era uma realidade inimaginável.
Três meses depois, quando lançou a startup, o mundo era outro: o coronavírus começava a se espalhar, obrigando as pessoas a se confinar dentro de casa.
O resultado mais imediato: o delivery virou uma questão de sobrevivência — e a demanda pelo aluguel de motos explodiu.
De fevereiro para cá, a Mottu recebeu mais de 15 mil cadastros de interessados em alugar uma de suas motos, em muitos casos pessoas que perderam seus empregos na crise.
“Tivemos a sorte de levantar dinheiro duas semanas antes da crise e num business que acabou ganhando muito evidência e importância com o isolamento social,” Zanelatto disse ao Brazil Journal.
Hoje, a startup já tem 160 motos em circulação. Outras 250 que chegaram recentemente — o último lote que a Honda despachou antes de fechar sua fábrica em Manaus — estão sendo alugadas num ritmo de dez por dia.
Com a demanda explodindo, a Mottu está fechando sua segunda rodada de seed money: US$ 2 milhões a um valuation de US$ 17 milhões post-money (cerca de R$ 100 milhões ao câmbio de hoje).
Os investidores são Elie Horn, José Galló, Ariel Lambrecht e Renato Freitas, além de Hugo Segré, o ex-gerente de RI da Locamerica, e a Fit Participações, do ex-banqueiro Tom Freitas Valle e um dos maiores investidores da Unidas.
“Estamos fazendo essa rodada para nos deixar bem posicionados para uma Série A mais pra frente. Vamos usar os recursos para investir em tecnologia, acelerar a expansão e criar vantagem competitiva,” diz o fundador.
A expectativa da Mottu é fechar o ano faturando cerca de R$ 1 milhão/mês, com mais de mil motos alugadas. Com essa receita, a startup já estaria “mais do que rentável”, segundo Zanelatto. No mês passado, a Mottu faturou R$ 150 mil.
SAIBA MAIS
A Mottu quer ser a Localiza dos motoboys. Elie Horn e José Galló estão na garupa