A Sweetgreen, uma rede de restaurantes americana que vende apenas saladas, levantou mais de US$ 360 milhões num IPO que vai financiar os planos do fundador, Jonathan Neman, de construir “o McDonald’s da nossa geração.”

A ação estreou em Nova York em alta de 77%, depois de ter saído acima da faixa indicativa de preço.

A empresa fechou o primeiro dia de negociação valendo US$ 5,5 bilhões — 3,5x mais que o valuation de sua última rodada privada.

Em seus restaurantes, a Sweetgreen oferece os ingredientes para que o cliente monte a salada que quiser e entrega a refeição em tigelas aquecidas.

A empresa vem surfando a onda da alimentação saudável e da sustentabilidade, e trabalha com uma cadeia de mais de 150 produtores que fornecem os produtos frescos.

O fundador diz que estava “no lugar certo, na hora certa”, uma vez que as pessoas estão cada vez mais prestando atenção ao que comem.

O negócio começou em 2007, quando Neman e dois colegas recém-formados em Georgetown levantaram US$ 300 mil com family and friends para abrir a primeira Sweetgreen em Washington, DC. Eles tinham 20 e poucos anos.

O modelo caiu no gosto do freguês e, um ano e meio depois, eles abriram mais duas lojas em Washington.

Quatorze anos — e muitas saladas — depois, a Sweetgreen tem 140 restaurantes em 13 estados americanos. O plano da empresa é dobrar de tamanho em cinco anos.

O negócio foi afetado pela pandemia, mas hoje as vendas já estão acima do nível pré-covid.

De janeiro a setembro, a empresa acumula um prejuízo de US$ 87 milhões, 13% inferior à perda apresentada no mesmo período de 2020. No mesmo intervalo, as vendas no conceito ‘mesmas lojas’ subiram 21%, depois de terem caído 26% em 2020. Dois terços das vendas da empresa hoje já vem do delivery.

Por conta do home office, a Sweetgreen tem privilegiado a abertura de lojas nos subúrbios. Recentemente, a empresa adquiriu a rede Spyce, que automatiza grande parte da produção com uma espécie de “cozinha robôtica”.

O valuation do IPO é significativamente maior que o de sua última rodada privada.

Em setembro de 2019, a Sweetgreen havia sido avaliada em US$ 1,6 bilhão numa captação que contou com Fidelity, T. Rowe Price e Revolution Growth.

Os coordenadores do IPO foram Goldman Sachs e JP Morgan.