A Clínica SiM – uma rede de clínicas de saúde voltada para a baixa renda no Nordeste – acaba de comprar a maranhense SuperClínica, que atua no mesmo setor.

O negócio envolveu troca de ações – e uma pequena parte em cash – e a operação da SuperClínica foi absorvida pela SiM. Os fundadores da empresa maranhense seguirão no negócio e continuarão tocando a operação no estado. 

É a primeira aquisição da empresa, que agora passa a se chamar Rede SiMco. 

Com a integração das seis unidades da SuperClínica, a Rede SiMco chega a 22 clínicas espalhadas por quatro estados do Nordeste (Ceará, Maranhão, Pernambuco e Bahia). No total, a empresa já atendeu 2 milhões de pacientes e possui 300 mil beneficiários vinculados em seus planos de fidelidade.

O CEO Eduardo Adrião disse ao Brazil Journal que a meta da SiMco é triplicar de tamanho em três anos e chegar a R$ 500 milhões de receita. A empresa prevê faturar R$ 170 milhões este ano, um aumento de 50% em relação ao ano passado. 

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A Rede SiM foi fundada há 18 anos em Fortaleza pelo empresário Denis Cruz, e já recebeu aportes de gestores como o Temasek, Monashees e Bewater.

A empresa surgiu para ser uma solução de saúde para uma região ainda pouco atendida pelos planos de saúde. Segundo Adrião, menos de 15% da população nordestina é vinculada a algum plano, sendo que no Maranhão o índice é ainda menor (cerca de 10%). 

“Hoje 85% da nossa base de clientes são de usuários do SUS, já que conseguimos uma consulta em até 24 horas nas nossas clínicas. Essa velocidade também acaba atraindo alguns beneficiários dos planos, que não conseguem um atendimento tão rápido,” disse o CEO.

Cerca de 40% da receita da Rede SiMco vem da base associada ao seu cartão de benefícios. Para os clientes associados nos planos que custam de R$ 50 a R$ 80 mensais, a empresa consegue oferecer consultas a partir de R$ 40.

A empresa detém uma base de 500 médicos e dentistas.  

“Também oferecemos descontos em parceiros locais, como comércio e serviços, aumentando o valor implícito do nosso plano,” disse Adrião.

O CEO disse que a intenção da empresa é investir R$ 100 milhões na expansão até 2026, focando tanto em novas aquisições quanto na abertura de três a quatro novas clínicas.

Essa é a segunda vez que a Rede SiMco tenta acelerar a sua expansão. Quando recebeu seus aportes em 2018, a companhia fez uma série de inaugurações e chegou a ter 25 unidades. 

Mas, segundo Adrião, a empresa percebeu que o modelo de abertura de pequenas clínicas não estava dando o resultado esperado. Por causa disso, a empresa fechou uma série de clínicas e enviou os pacientes delas para as suas unidades maiores.

“Passamos por um processo de revisão do nosso parque de clínicas e percebemos que fazia mais sentido sair de um lugar de “pequenas capelas” para uma ideia de “catedrais,” disse o CEO. “A partir do ano que vem vamos lançar uma nova geração de clínicas, mais completas.”

A ideia é aumentar o número de procedimentos feitos dentro dos espaços. Hoje, além dos atendimentos, a Rede SimCo já faz pequenas cirurgias, como implantes de hormônios, vasectomia e procedimentos ortopédicos.

Além disso, a Rede SiMco passou a internalizar alguns serviços que enviava para terceiros, como a área de exames. Isso ajudou a empresa a chegar no break-even no ano passado, segundo Adrião. A RedeSiMco deve entregar uma margem EBITDA de 15% em 2025.

“Estamos seguros de que chegamos a um modelo vencedor. Ganhamos reputação e temos produtos mais maduros, como o cartão de benefícios. Esse é o momento de acelerar,” disse Adrião.