O Citigroup não acredita no risco de racionamento de energia este ano, apesar da crise hídrica que tem afetado os reservatórios. 

Num relatório intitulado “Medo do Escuro,” o analista Antônio Junqueira disse que a situação de hoje não é similar a de 2001, quando o governo Fernando Henrique foi forçado a decretar um racionamento de 20%. (Na época, os consumidores residenciais, comerciais e industriais foram instados a reduzir seu consumo pessoal em 20%, ou pagar uma multa.)

Junqueira nota que o racionamento é uma decisão política e que, como o desgaste de um racionamento de 5% ou de 20% é praticamente o mesmo, os governos tendem a empurrar o problema com a barriga e agir apenas quando a situação já está crítica. 

Em 2014, 2017 e 2021, o Brasil terminou o mês de maio (a temporada chuvosa) com os reservatórios em 42%. Em 2014 e 2017, a temporada seca (novembro) marcou o nível mínimo dos reservatórios em 19% — e não houve racionamento.

Este também é o cenário base do Citi para este ano.