Um dia após o fim da Copa, a XP iniciou a cobertura do setor de vestuário esportivo com recomendação de compra para Grupo SBF (dono da Centauro) e Vulcabras, e neutra para a Track&Field.

As ações do SBF e da Vulcabras operam em forte alta no pregão de hoje – 9% e 7%, respectivamente – em meio a um rebound do mercado, enquanto a Track&Field sobe 3%.

A XP disse que o setor está sendo beneficiado pelo crescimento dos hábitos saudáveis na vida do brasileiro – especialmente entre as mulheres – e pelo aumento da prática de diferentes esportes, o que também aumenta o mercado endereçável.

Mas apesar de considerar as três empresas um “all-star team”, a XP diz que “nem todas ganhariam a taça”.

A SBF chama atenção por seu valuation atrativo (8,5x o lucro do ano que vem) e pela operação da Nike no Brasil.

De acordo com a XP, a Nike é o pilar fundamental da tese de investimentos, pois abriu uma “sólida via de crescimento e lucratividade para os próximos anos” – o que pode representar 80% do crescimento do Grupo SBF até 2025.

A XP colocou um preço-alvo da ação de R$ 18. O papel negocia ao redor de R$ 11,70, alta de 9% hoje.

Assim como a SBF, a XP também enxerga o valuation da Vulcabras atrativo, com a ação negociada a 5,4x lucro. A fabricante de marcas como Mizuno e Olympikus ainda pode aumentar muito sua penetração de tênis esportivos, seu principal segmento.

“Estimamos que o consumo de calçados esportivos per capita esteja em 0,45 par no Brasil, enquanto em países desenvolvidos está entre 4 e 5 pares,” escreveram os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt, Gustavo Senday e Marcella Ungaretti.

Como tem marcas com diferentes posicionamentos e preços, a Vulcabras pode sair na frente dessa corrida.  O preço alvo é R$ 19, contra um preço de tela ao redor de R$ 12.

A Track&Field está posicionada junto a um público mais endinheirado e resiliente no consumo, mas já está sendo negociada a um valuation justo (13,2x P/L), segundo o banco.

Além disso, há dúvidas em relação à velocidade de expansão da Track&Field em comparação aos seus pares.

“Concluímos que há mais risco de queda no longo prazo do que de alta para Track&Field, pois o posicionamento de preços da empresa impede um plano de expansão mais ousado,” disse a XP.  O preço-alvo é R$ 11, e o papel negocia a R$ 9,60.