Acionistas da Localiza e Movida, alegrai-vos!
O carro próprio pode estar com os dias contados.
É o que mostra uma pesquisa elaborada pela R/GA, uma empresa de comunicação global, que ouviu mais de 5 mil pessoas em dez países (cerca de 500 no Brasil).
Segundo o estudo Future of Mobility, quase 60% dos brasileiros que usam algum serviço de mobilidade — de aplicativos como Uber e 99 às plataformas de bike sharing — pensam em aposentar o carro próprio nos próximos dez anos.
Embora boa parte dos donos de carros (91%) ainda associem sua posse à sensação de liberdade, 75% deles dizem que gostariam de dirigir menos.
Tem mais: os brasileiros têm 15% mais chance de substituir o carro pelos serviços de mobilidade quando comparado com países como China, Alemanha, Austrália e EUA.
Os dados são uma boa notícia para as empresas de aluguel de carros como Localiza e Movida, que — junto com os apps de transporte — devem ser os maiores beneficiários desse shift de mentalidade.
No passado, “ter um veículo era um investimento e significava status, segurança e liberdade,” Márcio Oliveira, o diretor executivo de novos negócios da R/GA no Brasil, disse ao Brazil Journal. “Mas hoje você não precisa ter um carro para ter os mesmos benefícios. Você pode estar seguro, livre e confortável no seu carro alugado ou chegar ao seu destino de uma maneira igualmente segura, confortável e com alguém conduzindo pra você.”
Os impactos disso para a indústria de mobilidade serão significativos.
A R/GA estima que o faturamento do mercado global de serviços de mobilidade vai mais que dobrar nos próximos três anos, chegando a US$ 1,3 trilhão. Já o compartilhamento de automóveis deve atingir 36 milhões de usuários em 2025.
Segundo o estudo, há duas grandes barreiras para a adoção dos consumidores: a falta de disponibilidade do serviço em sua área e problemas relacionados à segurança — um tema ainda mais sensível no Brasil.