Uma startup está tentando surfar duas macro tendências que estão ganhando cada vez mais força: o veganismo e a sustentabilidade.
O detalhe: ela está levando essas tendências para o mercado bilionário dos cães e gatos.
A Cãez criou um portfólio de cosméticos e produtos de beleza feitos apenas com ingredientes veganos, que não fazem mal à saúde e à pele do pet, e usando embalagens biodegradáveis.
A tese: os “pais de pet” querem deixar seus cães e gatos cheirosos — sem fazer mal ao meio ambiente.
A Cãez foi fundada há um ano por Vanessa Tavares, que teve a ideia da startup por uma experiência própria.
“Eu me preocupava bastante com o que eu usava na minha cachorra e comecei a ver que os cosméticos para pets têm vários ingredientes nocivos,” ela disse ao Brazil Journal.
Os dois piores: os sulfatos e parabenos, ingredientes que podem causar câncer e dermatites e estão presentes em 90% dos shampoos para pets.
“Eles colocam esses ingredientes porque são mais baratos e porque fazem espuma, o que dá aquela impressão de estar limpando bastante,” disse ela.
A Cãez nasceu dentro da Capri Ventures, uma aceleradora de startups focada apenas no mercado pet. A Capri já tem um portfólio de 20 startups, incluindo a Dr. Map, de teleatendimento para pets, e a Pet in Time, que ajuda pequenos petshops a vender mais.
A ideia com a Cãez é explorar o nicho de cosméticos, aproveitando as sinergias com outros negócios do ecossistema, disse Alaíde Barbosa, uma executiva que fez carreira na Odebrecht Ambiental antes de fundar a Capri.
Com uma fábrica em Gravatá, Pernambuco, a Cãez por enquanto só tem 11 SKUs; outros cinco serão lançados em breve. Os produtos são um pouco mais caros que os tradicionais — um shampoo custa R$ 34,90 e um perfume, R$ 49,90. “No mercado, tem alguns shampoos por R$ 10, mas a qualidade é muito pior e faz mal para os cachorros,” disse Vanessa.
Por enquanto, a Cãez vende seus produtos pelo ecommerce, em alguns petshops de bairro e numa rede de revendedores, mas já está negociando para entrar nas grandes redes.
“Mas é melhor estar com a marca mais consolidada antes de entrar nos grandes, senão o custo para entrar é muito alto.”