Num despacho publicado agora há pouco, o CADE rejeitou a tese de que a EMS pode se declarar um mero investidor financeiro na Hypera, suspendendo todos os direitos políticos da farmacêutica de Carlos Sanchez até uma decisão final do órgão antitruste.
O CADE também pediu informações para uma análise detalhada do caso, incluindo informações a respeito da oferta hostil apresentada à Hypera em outubro; dados sobre outras operações na Bolsa com ações da Hypera; e informações sobre a participação conjunta de mercado da EMS e Hypera nos cinco anos anteriores à oferta.
O despacho é uma resposta a uma petição protocolada pela EMS, que se declarou um investidor passivo na concorrente, dizendo que não buscava influir na gestão.
A Hypera reagiu, afirmando que aquele movimento era uma estratégia da EMS para obter a aprovação do CADE e exercer poder político votando em nomes ligados a ela, como Lírio Parisotto, um investidor e amigo de Sanchez.
A EMS e Parisotto já têm juntos cerca de 9% da Hypera, uma fonte a par do assunto disse ao Brazil Journal.
O grupo liderado pelo fundador João Alvez de Queiroz Filho — que inclui seus sócios mexicanos da Maiorem e a Votorantim — detém 53% do capital.
A assembleia que vai eleger o novo conselho está marcada para o dia 25 de abril.
Sem os votos da EMS, Parisotto provavelmente não terá condições de se eleger com o voto múltiplo.