A inflação mais baixa e a renegociação de contratos devem fazer o setor de shoppings enfrentar uma desaceleração das receitas dos aluguéis em 2024.
Mas isso não quer dizer que as ações de Iguatemi, Multiplan e Allos vão sofrer, na visão do Santander.
Segundo os analistas Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni, a receita com aluguéis deve desacelerar de uma alta de 7,3% no ano passado para 1,5% neste ano – com um efeito mais concentrado no primeiro semestre.
O banco diz que o trio de empresas vem fazendo um “bom trabalho” nos últimos trimestres, especialmente com reajustes de aluguéis acima da inflação. Não à toa, o Santander enxerga uma alta média de 4% nas receitas com aluguéis para as três.
Além disso, as empresas ainda estão descontadas, de acordo com os analistas. Nas contas do Santander, as três estão com um FFO – um indicador de lucratividade do setor – 59% acima do período pré-pandemia, enquanto as ações estão 40% abaixo dos preços médios vistos em 2019.
O Santander reiterou a recomendação de compra para Iguatemi e Multiplan – e colocou as empresas como top picks — e mudou a recomendação para a Allos de “neutro” para “compra” com um potencial de valorização de 27%.
As três empresas acumulam fortes valorizações nos últimos 12 meses: enquanto a Allos sobe 40% no período, Iguatemi e Multiplan sobem 27% e 22%, respectivamente.
Mas o mesmo otimismo não é visto nas outras empresas de income properties cobertas pelo Santander.
No caso de Log, que teve a recomendação ‘neutra’ mantida, o Santander enxerga que a empresa está negociando a um prêmio de 115% em relação aos shoppings, mesmo após terem incorporado os desinvestimentos anunciados pela companhia em novembro.
Já o papel da HBR foi rebaixado de neutro para venda, especialmente por causa do aumento mais forte da alavancagem do que o esperado.