O fundo de impacto Positive Ventures acaba de comprar a participação que o banco C6 detinha na Provi, uma fintech de crédito estudantil focada em cursos profissionalizantes para programadores.

11390 7c3c282f 25b7 3d55 b25d f50250e4db50A transação vem num momento em que a Provi está conversando com fundos para levantar de US$ 20 milhões a US$ 30 milhões numa Série A prevista para meados do ano. 

Fernando Franco, o fundador da Provi, disse ao Brazil Journal que a startup pretendia fazer a rodada em março, mas agora vai esperar um pouco mais. 

Segundo ele, a Provi já tem geração positiva de caixa desde meados do ano passado e ainda tem parte relevante dos recursos da última captação em caixa. 

O C6 havia sido o primeiro investidor da startup, que ficou os primeiros meses incubada dentro do banco. A startup não revela nem a fatia que o banco detinha nem o valuation da venda.

A Provi também já levantou uma rodada de seed money liderada pelo Global Founders Capital e com a participação da Fundação Estudar Alumni Partners, um grupo de ex-bolsistas da Fundação Estudar.

11063 9a4e8b3a 7697 6a1c 88ed 6c207471251c“Eles inovaram muito nessa parte de crédito estudantil,” diz Fabio Kestenbaum, da Positive Ventures, que já investiu no Good Money, na OccamzRazor e na Neomed. “Eles não olham o aluno como uma fotografia estática, mas como um filme. Se o cara quer crédito para fazer um curso de Python, é muito provável que depois ele consiga um emprego que pague 10-15x o salário mínimo, mas os bancões não olhavam dessa forma.”

A Provi opera com o empréstimo tradicional, no qual o aluno paga as parcelas todos os meses desde o momento em que toma o crédito; e com o chamado ‘income share agreement’, em que o aluno só começa a pagar depois que passar a receber uma renda combinada entre as partes (semelhante ao modelo adotado pela Trybe). 

A startup já levantou R$ 200 milhões por meio de FIDCs e debêntures. Ela compra as cotas subordinadas dos fundos e títulos e ganha a remuneração do juro. Além disso, recebe um valor na cabeça por originar os créditos (o que já lhe permite operar no breakeven), bem como uma taxa pela gestão da carteira. 

Segundo o fundador, a inadimplência está em menos de 10% da carteira, um patamar que garante o retorno do empréstimo com folga. “Num cenário de estresse alto, poderíamos tomar até 25% de inadimplência que mesmo assim as cotas subordinadas dariam retorno positivo. Acima disso passaríamos a ter perda,” diz ele. 

A Provi tem mais de mil escolas parceiras, incluindo nomes como Digital House, Gama Academy e Impacta.