O BTG e o Citi atualizaram seus modelos para a XP depois dos resultados fracos da semana passada, com ambas as casas cortando o preço-alvo para US$ 26.
O papel fechou sexta-feira a US$ 20,14 e perdeu 6% hoje em meio ao massacre dos mercados, negociando a US$ 18,92.
Mas, enquanto o Citi elevou sua recomendação para ‘buy’, citando o valuation descontado, o BTG manteve o ‘neutral’.
Os analistas do Citi disseram que resolveram elevar a recomendação para compra dado os níveis atrativos de valuation da ação — que caiu 53% nos últimos anos — e os indicativos de que os KPIs da XP podem ter batido no fundo.
Segundo o Citi, nos preços atuais a XP negocia a 17,2x o lucro estimado para este ano e a 14,1x o lucro do ano que vem.
“Acreditamos que esse desconto é injustificado — apesar de ainda vermos alguns desafios para a companhia,” escreveram os analistas. “Achamos que 2022 pode ser um soluço na história de crescimento de longo prazo da XP e ainda vemos potencial para a empresa continuar ganhando market share na indústria de investimentos e melhorando a monetização dos clientes por serviços adicionais de banking.”
Já o BTG disse que a ação da XP parece atrativa, mas que o momentum mais fraco para os resultados e um potencial overhang gigante (o Itaú e seus controladores têm 26,4% do capital da XP e são vendedores) fizeram o banco reiterar sua recomendação neutra.
O BTG cortou o preço-alvo de R$ 34 para R$ 26 e disse que reduziu suas estimativas para o lucro por ação de 2022 e 2023 em cerca de 7%.
O banco disse que conversou com investidores para entender os motivos da queda da ação e que o feedback foi de que a XP “deveria fazer mais buybacks ou apresentar uma solução mais efetiva (por meio da XP Controle) para reduzir o overhang na ação.”
“No final do dia, se a própria XP não está comprando sua ação as perspectivas não são boas,” disseram os analistas. “E com um alto turnover de executivos temos sido inundados com perguntas sobre o modelo de partnership da empresa.”
O BTG disse que a XP é uma corretora altamente eficiente e lucrativa, mas que nos próximos anos ela vai ter que cada vez mais se transformar num banco, o que pode implicar “mais risco de execução.”