The financial deepening is alive and kicking.
Com todas as suas linhas de negócio tocando a máquina registradora, o BTG Pactual apresentou um primeiro trimestre recorde, mostrando que continua a ser um dos maiores beneficiários de uma Selic nanica, um mercado de capitais exuberante em IPOs e M&As e a busca por mais rentabilidade em produtos financeiros.
O banco de André Esteves lucrou R$ 1,2 bilhão — o melhor primeiro tri da história — consolidando o ‘run rate’ do banco em R$ 5-6 bilhões/ano. O lucro foi em linha com o do quarto tri, sazonalmente o melhor.
Mas o maior highlight do trimestre foi a capacidade da franquia em atrair recursos de terceiros.
No terceiro tri de 2020, a gestora, o wealth management e a operação digital do BTG haviam captado R$ 37 bi — um número que acelerou para R$ 46 bi no trimestre seguinte.
Mas entre janeiro e março, o BTG disse que captou R$ 76 bilhões em net new money, mais do que os R$ 43 bilhões captados pela XP quando se excluem os chamados ‘fluxos extraordinários’ — a custódia de ações que paga menos fees na XP — e mais que a captação total da XP, de R$ 69 bi no trimestre.
A captação recorde elevou o estoque de recursos de terceiros no BTG para R$ 767 bilhões, quase 80% a mais que no mesmo período do ano passado.
A captação líquida marca o terceiro recorde consecutivo para o banco, que, assim como a XP, continua tirando share de investimentos de todos os grandes bancos de varejo.
Todas as principais linhas de negócios do BTG apresentaram crescimento chinês, elevando as receitas totais em 84% sobre o mesmo período do ano anterior.
A área de investment banking faturou quase meio bilhão de reais — R$ 483,6 milhões — um aumento de 157% sobre o primeiro trimestre de 2020.
A área de sales & trading avançou 78% para R$ 811 milhões, apesar do banco ter tomado risco em níveis abaixo de sua média histórica (VaR de 0,44% contra um VaR histórico acima de 0,5%).
A receita do Asset Management cresceu 24%; a de Wealth Management & Consumer Banking (que inclui o BTG Digital e BTG+) avançou 74%.
O portfólio de crédito corporativo e PME atingiu R$ 80,4 bilhões, um crescimento 68,8% na comparação com o mesmo período de 2020.
O retorno ajustado sobre o patrimônio líquido (ROAE) foi de 17% — deprimido pelo aumento de capital de R$ 2,57 bi em janeiro, que saiu a R$ 92,52 por unit. (O papel fechou a R$ 112 ontem.)
Com a liquidez do banco elevada, o índice de Basileia ficou em 17,7%.