A BRK Ambiental – que presta serviços de água e esgoto em mais de 100 municípios – acaba de levantar R$ 1,95 bilhão em uma “debênture azul” (blue bond), um título de dívida que financia projetos ligados à preservação de recursos hídricos, oceanos e a vida marinha.

A debênture de infraestrutura tem prazo de 20 anos e paga IPCA + 7,62% ao ano.  O papel tem carência de 30 meses e amortização semestral. A demanda superou a oferta em 1,6x.

Segundo o BTG Pactual, que liderou a operação, essa foi a primeira emissão de um blue bond no Brasil e no setor privado na América Latina, e a primeira a mercado no segmento de saneamento no mundo.

Uma espécie de subcategoria dos ‘green bonds’ — que financiam investimentos ambientais — os blue bonds são de particular interesse para países que ficam em ilhas ou que possuem litorais extensos e muitos rios navegáveis, ou seja, têm tudo para pegar no Brasil.

As ilhas Seychelles emitiram o primeiro blue bond soberano em outubro de 2018.

A debênture foi emitida pela BRK Maceió e o dinheiro será usado no reembolso e pagamento de despesas, outorgas e dívidas relacionados à implantação e prestação dos serviços de abastecimento de água e esgoto na região metropolitana de Maceió, incluindo a capital e mais 12 cidades.  Os serviços foram concedidos à BRK no primeiro leilão estruturado pelo BNDES e realizado após a aprovação do marco regulatório do saneamento, aprovado em 2020.

Segundo a empresa, o projeto vai beneficiar mais de 1,5 milhão de pessoas.

O sindicato de bancos contou ainda com Bradesco, Itaú BBA, Santander, UBS/BB, Safra e XP.

A BRK atende 16 milhões de pessoas em 13 estados brasileiros.