A Standard & Poor’s (S&P) acaba de rebaixar o rating do Brasil de BB para BB-, citando a demora na aprovação de reformas que levem ao equilíbrio fiscal e o aparente desinteresse da classe política em promovê-las.
O downgrade vem pouco mais de um mês antes da votação da Reforma da Previdência, marcada para 19 de fevereiro, e deve aumentar a pressão sobre o Congresso.
A nota de crédito mais baixa vai encarecer captações de empresas brasileiras no exterior e sinaliza aos investidores internacionais menos confiança no País.
A perspectiva do rating é ‘estável’, o que significa que a nota não deve sofrer novos rebaixamentos nos próximos meses.
No comunicado, a S&P faz menção aos “avanços da administração Temer”, mas diz que o Brasil fez “um progresso menor que o esperado em aprovar legislações significativas para corrigir a derrapagem das contas públicas e os níveis de endividamento crescentes”. A agência também cita as incertezas em relação às eleições presidenciais deste ano.
Segundo a agência, a perspectiva foi mantida como ‘estável’ pela solidez do balanço de pagamentos e a flexibilidade e credibilidade das políticas monetária e cambial, que compensa em parte a fraqueza fiscal e dá fôlego para enfrentar a turbulência eleitoral.
“Podemos reduzir o rating ao longo do ano se houver uma fraqueza inesperada no balanço de pagamentos que comprometa o acesso ao mercado ou gere uma alta acentuada na dívida externa”, alertou a agência.
Por outro lado, a S&P disse que pode elevar a nota do Brasil se o próximo presidente conseguir levar adiante as reformas fiscais ou se o PIB voltar a crescer de forma compatível “com seus pares com nível similar de desenvolvimento”.