A Petz está comprando a Zee.Dog numa transação que avalia a mais premium das marcas pet em R$ 715 milhões e traz para dentro de casa uma empresa com know-how de produto, pegada digital e penetração internacional.
A Petz vai pagar R$ 615 milhões no fechamento da operação — 87% em ações e 13% em dinheiro. Outros R$ 100 milhões serão pagos em dinheiro daqui a cinco anos.
Os atuais acionistas da Zee.Dog ficarão com 5,7% da Petz, que fechou o dia valendo cerca de R$ 9 bilhões na B3, e trabalharão alinhados com o CEO Sergio Zimerman.
“A beleza dessa transação são as competências que ela traz para a Petz. Em vez de fazermos um M&A ‘mais do mesmo’, aumentando o nosso volume em algo que a gente já faz, estamos focando em novas avenidas de crescimento. Em vez de sermos uma empresa que olha só Brasil, passamos a olhar o mundo todo,” Zimerman disse ao Brazil Journal.
A Zee.Dog, que deve faturar R$ 230 milhões este ano, dá à Petz uma expertise em branding, produtos e tecnologia com poucos paralelos no setor pet.
A transação também diversifica os canais da Petz — dado que 58% das vendas da Zee.Dog são digitais — e adiciona um componente forte de internacionalização (a Zee.Dog vende em 42 países e faz 30% de suas vendas fora do Brasil).
Originalmente conhecida por acessórios que inspiravam inveja nos outros donos de cachorro, a Zee.Dog depois montou a Zee.Now (um app de vendas que entrega os produtos a partir de uma rede de dark stores) e recentemente entrou no segmento de pet food através da Zee.Dog Kitchen.
As sinergias são várias.
A Zee.Now, hoje em apenas 11 cidades, passará a atender um múltiplo disso porque poderá usar cada uma das 144 lojas da Petz como hubs. Além disso, a Petz ganha uma tecnologia de last mile poderosa: em vez de seu ecommerce entregar pelo Correio, poderá entregar em 30 minutos nas cidades em que opera.
Usando seu know-how de branding e produto, os sócios da Zee.Dog também devem ajudar a Petz a criar produtos de marca própria, que costumam ter margens suculentas, bem como se envolver na criação de conteúdo para a Petz.
A transação de hoje vem quase 10 anos depois que Thadeu e Felipe Diz e o CFO Rodrigo Monteiro começaram a Zee.Dog a partir de uma ideia que os irmãos tiveram em Los Angeles. O trio passou três anos montando o business plan e viajando à China para mapear fornecedores e criar os primeiros protótipos.
A transação também dá uma saída aos três investidores que aportaram R$ 100 milhões na Zee.Dog há um ano: a TreeCorp, Quartz (veículo de investimento de José Galló), e sócios da Atmos Capital.
Itaú BBA assessorou a Petz, que recebeu aconselhamento jurídico do Cescon Barrieu.
Novotny e Lefosse Advogados assessoraram a Zee.Dog.