A pressão dos acionistas minoritários surtiu efeito e a Omega Geração alterou as condições inicialmente propostas para a incorporação da Omega D, sua empresa-irmã de desenvolvimento de projetos, esperando com isso selar a fusão entre as duas empresas. 

As duas Omegas têm os mesmos controladores: a gestora Tarpon e um grupo de executivos e fundadores. 

Nada mudou na avaliação da Omega G, que permaneceu em R$ 40 por ação, ou R$ 7,8 bilhões de valor de mercado. 

Já para a Omega D, o equity value foi reduzido em 27%, de R$ 2,7 bilhões para R$ 1,966 bilhão. 

Com a nova condição, os acionistas da Omega D terão 20% da nova empresa e os da Omega G ficarão com 80% — ennquanto a proposta inicial dava a eles 74,35% do novo negócio. 

Na estrutura final da nova empresa — a Omega Energia — os atuais controladores terão 49,5%, e os minoritários, 50,5% — na proposta inicial, essa relação ficaria em 53/47%.

Além da mudança no valuation, a Omega G também atendeu outras “sugestões de investidores que são referência em governança e compliance,” a empresa disse em comunicado.

O novo acordo prevê que os controladores terão lockup até 2024 para as ações da Omega Energia e também estabelece um compromisso de não-competição por 2 anos se um dia eles venderem ações e deixarem de ser os maiores acionistas da empresa. 

No comunicado, a Omega G diz que, apesar dos questionamentos sobre o valuation, todos os acionistas sempre concordaram que a combinação de negócios tem enorme mérito estratégico e grande potencial de criação de valor do negócio.  

Um gestor reconheceu o avanço na relação de troca, mas disse que o processo mostrou os controladores desalinhados com o float.

“Numa história bonita como foi a construção da Omega, um evento como esse, que já tinha sido telegrafado e era esperado por todo mundo, deveria ter sido conduzido desde o início com uma certo desprendimento por parte do management e controladores.  Mas fizeram uma negociação de bazar: reclamou? Ganha desconto.  Não é assim que deveria ser.  A coisa tinha que ter sido pré-negociada. Isso sim mostraria alinhamento.”

Já um dos minoritários que participou da negociação disse que o processo foi “bastante racional” e que a nova proposta deverá ser aprovada.

A assembleia que vai examinar a operação será em 28 de outubro.