A Omega Geração acaba de anunciar a compra de um complexo de parques eólicos — a maior aquisição da história da empresa e uma transação transformacional que aumenta em 50% sua capacidade de geração.

11092 737c34ad 88e0 61f6 4ce7 2032ea5e0a4dUma das maiores geradoras de energia renovável do Brasil, a Omega vai pagar cerca de R$ 500 milhões por toda a fatia da Eletrobras no Complexo Chuí — que engloba cinco parques eólicos no Rio Grande do Sul — além de assumir as dívidas dos projetos, que totalizam R$ 1 bi.

A transação aumenta em 30% o EBITDA e a receita da Omega.

Para financiar a compra, a Omega planeja fazer um follow-on de R$ 500 milhões numa oferta 100% primária coordenada pelo Itaú BBA.

Antonio Bastos, o fundador e CEO da Omega, disse ao Brazil Journal que a empresa fechou o primeiro trimestre com R$ 885 milhões em caixa e teria condições de fazer a aquisição sem o follow-on.

Mas, como vê outras oportunidades de M&A e a Bolsa passa por um momento favorável (com diversas ofertas vindo a mercado), decidiu levantar os recursos agora.  Em setembro, a companhia já havia levantado R$ 1 bilhão em capital a R$ 30 por ação. O papel agora negocia ao redor de R$ 35.

As dívidas que a Omega vai assumir são com o BNDES e têm custo médio de 9% ao ano, um pouco acima do custo atual das dívidas da empresa (em torno de 8%).

Fundado em 2015, o Complexo Chuí é composto por cinco parques eólicos: o Santa Vitória do Palmar, Hermenegildo I, II e III e o Chuí IX. A Eletrobras tinha uma participação de 78% no Santa Vitória e de 99,9% nos demais parques. Caso algumas condições sejam cumpridas até junho de 2022, a Omega pode chegar a 100% do Santa Vitória, com a incorporação dos 22% detidos pela Brave Winds. Neste caso, a compra seria paga com ações.

A aquisição é a primeira incursão da Omega na região Sul do País. Hoje, o portfólio da empresa está concentrado no Nordeste e Sudeste e a diversificação geográfica vai aumentar sua previsibilidade de geração de energia, já que o regime de ventos no Sul é diferente daquele do Sudeste e Nordeste.

A Omega pretende aumentar a eficiência dos ativos com uma série de otimizações. Hoje, o parque Santa Vitória e os outros quatro parques têm gestões diferentes. Além de unificar a gestão e consolidar os times, a Omega vai implementar seu ERP e sistemas de previsão de tempo e gestão à distância.

A expectativa é que em dois anos a partir da integração dos parques — prevista para o final deste ano — a margem EBITDA dos projetos aumente em 2 a 3 pontos percentuais.

Hoje, mais de 90% dos contratos de venda de energia da Omega são no mercado regulado — que tem um risco menor de inadimplência. Com a aquisição, essa fatia vai cair para 80%, com o saldo ocupado pelo mercado livre. O portfólio da Omega é composto principalmente por parques eólicos (quase 90%). As hidrelétricas e energia solar respondem por 5,8% e 5,3%, respectivamente. 

Esta é a nona aquisição da companhia desde seu IPO em 2017.

Hoje, o bloco de controle da Omega (composto pelos fundadores e pela Tarpon) tem 55% do capital. O restante está nas mãos do mercado.