O Banco Inter levantou R$ 1,2 bi numa oferta primária que saiu acima do preço em que o banco era negociado quando a oferta foi anunciada — e em meio à uma correção intensa na Nasdaq, que afundou 5%.

As novas units (BIDI11) foram vendidas a R$ 62,50, um desconto de 3% em relação ao fechamento de hoje (R$ 64,49), mas um prêmio de 4% sobre os R$ 60,50 do dia anterior ao anúncio.

O banco vendeu 18,5 milhões de novas units, incluindo um hot issue que aumentou a oferta em quase 30%. O book estava 3x oversubscribed no nível do pricing.

Com a correção na Bolsa americana, a ação do Inter passou o dia sob pressão, subindo 0,8% na máxima do dia e chegando a cair 7,5%.  O papel fechou o dia em queda de 7%, com o banco valendo R$ 15 bi na B3.

A alocação foi bem distribuída entre long-only locais e hedge funds — que aderiram em massa à oferta prioritária — com a participação de investidores internacionais chegando a 40%.  Os maiores investidores do float são o fundo exclusivo Ponta Sul, o Softbank e a Atmos Capital. 

O Inter prometeu usar os recursos para M&As que fortaleçam suas cinco verticais: banking, crédito, investimentos, marketplace e seguros.

Segundo investidores, o management disse no roadshow que está considerando uma reorganização societária que segregue sua operação bancária — regulada pelo BC — das atividades não-bancárias, o que aumentaria a agilidade dos processos e decisões num momento em que o Inter investe em ser mais conhecido como uma plataforma do que um banco.  

Os coordenadores foram Bradesco BBI, BTG Pactual, JP Morgan e Santander.