A Dasa acaba de pagar R$ 1,77 bilhão por 100% do Grupo Leforte, dono de três hospitais e cinco clínicas na Grande São Paulo.
A transação — que vem em meio ao processo de IPO da Rede D’Or — é o mais novo sinal que a Dasa não vai assistir de braços cruzados à consolidação do setor.
O CEO Pedro Bueno disse ao Brazil Journal agora à noite que uma decisão sobre um IPO “não está tomada, mas é uma alternativa na mesa.”
A Dasa é listada na B3, mas apenas 3% das ações estão em circulação. A família Bueno poderia aumentar o capital da empresa para acelerar aquisições, o que seria equivalente a um re-IPO. A companhia vale R$ 28 bilhões a preço de tela, mas a formação de preço é imperfeita dada a baixa liquidez.
Fundado há 75 anos, o Grupo Leforte tem hospitais em pontos estratégicos da Grande São Paulo: no Morumbi, no ABC Paulista e na Liberdade.
Nos últimos seis meses, incluindo a transação de hoje, a Dasa dobrou sua rede de seis para 12 hospitais, incluindo a inauguração do hospital Águas Claras em Brasília e a compra do Grupo Nossa Senhora do Carmo, dono de dois hospitais no Rio.
“Duplicando nossa rede hospitalar conseguimos estar bem posicionados para oferecer uma medicina baseada em valor para as operadoras,” disse Pedro. “Agora, estamos com uma rede capilarizada nas três principais cidades do País.”
Os 500 leitos do Leforte elevam o total da Dasa para 2,6 mil. Para efeito de comparação, a Rede D’Or tem 8 mil.
O negócio hospitalar agora é pouco mais de um terço da receita da Dasa, que no ano passado se fundiu com a Ímpar, a holding de hospitais da família Bueno, que também controla a empresa de medicina diagnóstica. Naquela transação, a Ímpar foi avaliada em R$ 10 bi, 22x o seu EBITDA.
Somando a aquisição de hoje e outras ainda a serem aprovadas pelo Cade, a Dasa teria tido um faturamento bruto pro forma de R$ 9,5 bilhões no ano passado. O EBITDA pro forma, incluindo as aquisições deste ano, ficaria em R$ 1,55 bilhão em 2019.
O Banco Safra assessorou o Grupo Leforte, que teve assessoria jurídica do Madrona Advogados.