Após um longo período de alta de juros, inflação e incertezas, o Banco Central brasileiro iniciou, em agosto de 2023, um processo de queda da taxa Selic. Com isso, a remuneração do CDI de 1% ao mês vai ficando para trás.

“Considerando o ambiente atual e analisando ciclos semelhantes ao que estamos vivenciando, concluímos que o fim do aperto monetário, seguido de queda dos juros, representou historicamente oportunidades valiosas na renda fixa,” analisa Rafael Ribeiro, portfolio specialist da Bradesco Asset.

A Bradesco Asset tem expectativa de que a taxa de juros brasileira ao final de 2024 seja de aproximadamente 8.5% ao ano. Mas o que isso significa para os investimentos em renda fixa?

Essa mudança no ciclo monetário, impacta a precificação dos ativos de renda fixa, elevando os preços. Basicamente, significa que o fluxo de caixa esperado para o futuro, tem o seu valor presente majorado, sendo influenciado pela queda da expectativa da taxa de juros ao longo dos vencimentos, conforme explica André Caetano, head de renda fixa da Bradesco Asset. “Esse início de queda, e a expectativa de queda, foram importantes para o desempenho dos ativos de renda fixa, ao longo de 2023,” destaca em bate-papo no Podcast Insights do Bradesco, no episódio #192.

Ao discutir o cenário para 2024, André Caetano ressalta a importância da capacidade do Banco Central em manter a trajetória de redução de juros. O head da Bradesco Asset enfatiza a necessidade de manter a inflação controlada e alinhada às metas estabelecidas, porque isso terá influência direta na curva de juros e no desempenho dos ativos de renda fixa.

Também no Insights, Ribeiro acrescenta uma análise global, mencionando a expansão fiscal em diversos países, incluindo o Brasil e os Estados Unidos.

Ele destaca o impacto da injeção de recursos na economia, impulsionando os gastos e a poupança das pessoas, e a relação direta desses fatores com a resistência inflacionária. “O fiscal, de fato, impacta a atividade e a inflação, deixando o trabalho do Banco Central um pouquinho mais difícil. Ou seja, às vezes, é preciso um pouco mais de juros para conter aquela inflação,” diz Ribeiro.

Os dois especialistas são enfáticos em dizer que o melhor da renda fixa está por vir. Em estudo conduzido pela área de market intelligence, a Bradesco Asset concluiu que a longo prazo, a renda fixa, em um portfólio com alocação proporcionalmente igual entre ativos prefixados e atrelados à inflação, gera resultados consistentes sobre o CDI.

“O único detalhe é que a renda fixa ativa faz com que você tenha alcance e resultados satisfatórios antes,” destaca o especialista. “Atuamos de maneira bastante dinâmica no portfólio para que eu represente nele a minha tese de investimento, que representa o meu cenário macroeconômico,” complementa André.

A análise feita durante o podcast mergulha nos eventos de 2023 e esboça perspectivas para 2024, considerando o impacto do ciclo de queda de juros no desempenho dos ativos de renda fixa.

O programa é apresentado pela banker do Bradesco Global Private Bank, Priscila Forbes, e está disponível toda quarta-feira nas principais plataformas de áudio do Brasil e no Instagram.

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