Em meados de 2015, o Magazine Luiza valia pouco mais de R$ 500 milhões na Bolsa — um sexto do valor do IPO, quatro anos antes. A recessão no Brasil afetava duramente os resultados das empresas, especialmente as varejistas.

Foi em meio a esse cenário de crise que Luiza Helena Trajano, na época presidente do conselho de administração do Magalu, saiu para jantar com uma pessoa de quem costumava ouvir bons conselhos.

No jantar, o interlocutor propôs um caminho. 

A solução seria criar duas empresas diferentes: uma para as lojas físicas, outra só para o site do Magazine – algo que a maioria dos concorrentes, como Via Varejo (na época com a Cnova) e Lojas Americanas (com a B2W), já haviam feito. Caso seguisse a mesma estratégia, a rede poderia abrir o capital da parte digital como uma companhia com valor de cerca de R$ 3 bilhões, segundo os cálculos da época.

Era uma alternativa que Luiza já tinha ouvido e recusado pelo menos uma dezena de vezes. Mas, aflita, resolveu reconsiderar. Na manhã seguinte, já no escritório, levou a proposta para o diretor de vendas da rede.

“Ele falou para mim: ‘se separar, eu saio da empresa no dia seguinte’. Era uma convicção tão grande que ele tinha, de que era um corpo só, que nem no pior momento ele abriu mão,” revela Luiza.

O diretor era seu filho mais velho, Frederico Trajano. E Luiza o deixou tocar o plano. A história – e o valor de mercado atual (R$ 125 bilhões) do Magazine Luiza – mostram que Frederico estava certo em sua estratégia de omnicanalidade.

O Magazine, uma empresa familiar, do interior, fundada por uma mulher na década de 1950 e em um setor de margens apertadas, produziu um turnaround inédito no Brasil.

Bastidores como esse e todo o contexto que mostra como o Magalu se tornou uma das grandes varejistas do país serão apresentados na série Do Zero ao Topo SAGA Magalu. Ouça aqui.

A série é um lançamento do podcast Do Zero ao Topo, um dos maiores programas de negócios do país, com quase 5 milhões de downloads.

Produção do InfoMoney em parceria com a Bloomberg, Do Zero ao Topo SAGA nasce com o objetivo de destrinchar grandes histórias do mundo dos negócios. Nesta primeira temporada, ao longo de seis episódios de 40 minutos os ouvintes terão acesso a um conteúdo e análise aprofundada do Magazine Luiza.

Para produzir a série, foram percorridos cerca de 1.700 km. Mais de 50 pessoas foram ouvidas, entre funcionários e executivos atuais, ex-funcionários, consultores de varejo, conselheiros da empresa, funcionários de concorrentes, analistas, investidores da empresa e, claro, Luiza Helena e Frederico Trajano.

O primeiro episódio traça o perfil de uma mulher forte e ambiciosa que sonha em construir uma empresa como legado para a família.

Luiza Trajano Donato (tia de Luiza Helena) compra a loja “A Cristaleira”, em Franca, com economias suficientes para pagar apenas a primeira prestação da compra. Já conhecida na cidade como uma ótima vendedora, Luiza Donato construiu estratégias de marketing e treinamento de vendedores que vão fazer com que o Magazine consiga superar dificuldades e se expandir pela região.

Ao longo dos próximos capítulos, o podcast vai cobrir as mudanças feitas quando Luiza Helena assumiu os negócios, em 1991; a expansão da rede fora do interior de São Paulo; a competição com Casas Bahia e outras redes de sucesso nos anos 2000; a entrada no mercado financeiro; a transformação digital capitaneada por Frederico Trajano, e as perspectivas para o futuro do Magazine e do varejo brasileiro.

Os episódios são publicados sempre às quartas-feiras às 18h. 

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