Cerca de 76% dos brasileiros consideram o modelo híbrido o cenário de trabalho ideal, apesar de apenas 52% já trabalhar de fato nesse modelo.

Tem mais: 70% gostariam de ir ao escritório mais de uma vez por semana.

Os números fazem parte de uma pesquisa inédita realizada pela WeWork, a líder global em espaços de trabalho flexíveis.

O levantamento – batizado de “Redefinindo os modelos de trabalho na América Latina” – é fruto de uma parceria entre WeWork e HSM, com apoio da consultoria Egon Zehnder. Foram ouvidos mais de dez mil lideranças e executivos da América Latina, com presença na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru. Com metodologia proprietária, o material traz as novas prioridades, demandas e valores de profissionais frente a um dos mais desafiadores e criativos períodos de reinvenção corporativa das últimas décadas.

Com relação à produtividade brasileira, os mais seniores sentem que sua produtividade é melhor em um cenário híbrido ou presencial. Os mais juniores, por sua vez, avaliam que a sua produtividade é maior remotamente, e que, ao passar de remoto para híbrido, há uma pequena perda, podendo se tornar enorme caso a migração seja para o totalmente presencial.

Felipe Rizzo, CEO da WeWork Brasil, destaca outra tendência forte no País: o interesse por um auxílio financeiro para cobrir custos de se trabalhar em casa ou em um espaço compartilhado.

Entre os entrevistados, 60% gostariam de receber o auxílio, sendo que o número chega a 70% entre os mais juniores.

“Isso serve de sinal para empresas e profissionais de recursos humanos para o fortalecimento de benefícios como ‘vale-escritório’, ‘bolsa home office’ ou a oferta de um espaço de trabalho compartilhado como benefício,” analisa o executivo.

Panorama América Latina

Na América Latina, o cenário é semelhante, com 81% das pessoas preferindo o modelo híbrido no pós-pandemia. 70% dos entrevistados consideram de 2 a 3 dias presenciais o ideal. A produtividade está entre as principais justificativas: em uma escala de produtividade individual em cada modelo de trabalho (de 0 a 5), o híbrido atinge a maior pontuação, com 4,5.

“52% dos executivos acreditam que o escritório do futuro não é um único local, é uma rede de espaços e serviços. Essa rede deve incluir espaços projetados para a realização de tarefas específicas, como trabalho focado, brainstorming de equipe, apresentações para clientes, treinamento de funcionários e reuniões,” diz Claudia Woods, a CEO da WeWork na América Latina.

Segundo a executiva, a pesquisa aponta para a descentralização dos espaços de trabalho, com as empresas deixando de ter uma sede única. Ela até pode existir, mas junto com uma rede de escritórios satélites, permitindo que o colaborador escolha em qual trabalhar.

“Essa pesquisa é de suma importância para as corporações, pois conseguimos reunir a visão das principais lideranças da América Latina sobre a mudança cultural na forma como o trabalho e carreira são compreendidos no pós-pandemia. Esse estudo contribui para que as empresas possam antecipar tendências e planejar o futuro de forma mais assertiva,” explica Reynaldo Gama, CEO da HSM e co-CEO da SingularityU Brazil.

“O futuro do trabalho é o tema que impacta diretamente os modelos de negócios no âmbito global. Apoiar eventos que trazem essa discussão é para a Egon Zehnder não apenas uma oportunidade de estar à frente do tema, mas também de participar da construção de novas tendências no mundo do trabalho ao lado de lideranças que vão conduzir esses processos,” destaca o co-líder da prática de conselhos e sucessão de CEOs da Egon Zehnder do Brasil, Luís Giolo.

De maneira geral, os dados não apresentam grandes divergências entre os países. O principal ponto de concordância está na economia de tempo de deslocamento proporcionado pelo trabalho remoto: 99%.

Para o futuro, esse número elucida a pouca disposição dos colaboradores de se deslocarem a escritórios longe de suas casas. A preferência pela descentralização vai ao encontro de uma demanda por mais liberdade, o que explica o aumento na procura das empresas por escritórios-satélites e o início da oferta de “vale-escritório” como benefício.

Ainda que haja dúvidas e incertezas nesse novo cenário sociocultural, o que os resultados da pesquisa indicam é a importância de gestores e empresas caminharem em direção ao futuro, ouvindo e equilibrando as demandas de colaboradores e de seus negócios.

Para consultar a pesquisa na íntegra, clique aqui.

Siga o Brazil Journal no Instagram

Seguir