A criação do Hospital Israelita Albert Einstein foi um gesto de gratidão que continua reverberando 50 anos depois. 

Destino de diversas ondas de imigração judaica — do século XVIII até o pós-guerra — o Brasil criou condições para que essa comunidade pudesse se estabelecer e prosperar. 

Para retribuir esta acolhida, em meados da década de 50 a comunidade se uniu para criar um hospital que atenderia não apenas os seus filhos, mas todos os filhos de São Paulo, e mais tarde do Brasil. 

Na época, a comunidade judaica paulistana era abundante em solidariedade — mas não tão próspera quanto hoje. 

Da ideia original até a abertura do hospital foram 16 anos. O dinheiro era contado: uma “campanha dos tijolinhos” começou a arrecadar os recursos. Logo que o hospital começou a funcionar, buscou-se o que era percebido como o padrão de excelência da época: a aquisição de tecnologia. Muitas vezes, o pioneirismo aconteceu em dobro.

“Quando o Einstein comprou a sua segunda ressonância, ela não era só a segunda do Einstein:  também era a segunda do Brasil,” disse Claudio Lottenberg, ex-presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (de 2001 a 2016) e presidente do Conselho Deliberativo. 

Neste sentido, a gestão de Jozef Fehér como presidente foi lendária por sua ousadia. “Assim que saía uma máquina nova, em qualquer lugar do mundo, o Einstein ia atrás para comprar,” lembra Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. “Isso acabou ajudando a construir nossa reputação de hospital de altíssima tecnologia e, ao mesmo tempo, atraiu mais médicos de renome que queriam estar ligados a este ambiente de inovação.” 

Os fundadores logo se perguntaram, “Como é possível saber se todo o esforço está realmente gerando valor para a sociedade?”  

Foi aí que o Einstein multiplicou seus programas de qualidade, cobrindo todos os aspectos da assistência, da segurança do paciente ao combate ao desperdício.

“Adotamos políticas de qualidade muito antes de outros hospitais no Brasil,” disse Klajner.

A história mostra que todos os valores pelos quais o Einstein é conhecido hoje remontam àquela época — uma cultura construída sobre o tripé formado por raízes, solidariedade e excelência.

O hospital se mobilizou para ajudar em momentos dramáticos da vida humana: o combate à meningite nos anos 70, o tratamento dos sobreviventes da tragédia da boate Kiss, a colaboração com o Haiti em 2010, após o terremoto, e, finalmente, o trabalho durante a pandemia. 

Nos anos 2000, o Einstein passou a fazer transplantes de fígado numa parceria com o SUS. “Isso foi um dos momentos mais especiais da nossa trajetória, porque mudou o relevo da organização, internamente e externamente. Isso permitiu o crescimento de muitos dos nossos profissionais,” disse Lottenberg. 

Olhando para os próximos 50 anos, o Einstein está dobrando a aposta na sua maior convicção — a de que o paciente está no centro de sua razão de existir — e enxerga um futuro pautado pela genômica e a transformação digital como ferramentas essenciais.

Além de abrir novas fronteiras de prevenção e cura — já que tem sido responsável por grande parte dos avanços na oncologia — a genômica permite customizar o tratamento dos pacientes.  

Já a transformação digital, além de contribuir na assistência, aumenta a interface com o paciente, melhorando sua experiência, criando acesso e barateando o processo. “O hospital continua importante, mas não é a única porta de acesso em um sistema de saúde,” disse Henrique Neves, o diretor-geral do Einstein.

As ferramentas mudam, mas a missão permanece. 

Ao abraçar a tecnologia, o Einstein quer criar ainda mais equidade e democratizar a saúde, os mesmos valores que inspiraram seus fundadores há 50 anos.

Saiba mais em 50anos.einstein.br

Siga o Brazil Journal no Instagram

Seguir