Depois de um período sem muitas ofertas, o BNDES prepara uma série de leilões de concessões e PPPs (Parcerias Público-Privadas) no setor de saneamento.

Já existem pelo menos 12 projetos em fase de estruturação, ou com estudos para serem contratados. Há também pelo menos duas iniciativas na área de resíduos sólidos.

Com essa nova leva de licitações, o banco de desenvolvimento deve chegar a R$ 60 bilhões em investimentos, o dobro do volume já contratado, segundo a entidade. O tema é destaque do Insights, podcast do Bradesco, que busca em diferentes pautas ações que estimulem o desenvolvimento do País.

O montante é ainda mais relevante considerando que o Brasil está atrasado na pauta do saneamento. Metade da população brasileira não tem esgoto tratado em casa e 16% não têm acesso à água potável, de acordo com dados da Trata Brasil. Isso implica em mais poluição e doenças, que geram impacto na vida de todos, incluindo os gestores públicos. Um exemplo positivo é o de Campo Grande, onde atua a Aegea, líder no setor de saneamento privado no País.

“Campo Grande é a nossa concessão mais antiga. Quando entramos, a penetração de esgoto era em torno de 30%. Hoje, está acima de 85%,” disse André Pires, CFO da Aegea, no podcast Insights. “As internações hospitalares por doenças hídricas caíram 70% durante esse período. Melhora a saúde das pessoas, que ficam menos doentes, especialmente as crianças, e melhora também, ou reduz, as despesas públicas da prefeitura em saúde.”

Mas como chegar a esses índices expressivos em outras partes do Brasil? “Estamos falando de praticamente R$ 1 trilhão necessários para atingir as metas de universalização,” diz André.

O Marco Legal do Saneamento estipula que, em dez anos, o Brasil deva ter 90% do esgoto tratado, e, 99% da população com acesso à água potável.

O diretor-executivo do Bradesco, Bruno Boetger, que também participou do episódio, esteve em Barreira do Vasco, no Rio de Janeiro, área de atuação da Aegea. “Realmente impressiona a transformação positiva operada pelo saneamento na região, tanto na questão das doenças, quanto na questão social, e até na geração de empregos,” disse Bruno.

Sobre os avanços com o Marco do Saneamento, André Pires complementa: “Existe uma visão de que o Brasil ficou muito atrasado nesse setor e o Marco colocou alguns objetivos para que a gente acelerasse esse processo.”

No episódio em questão, é possível entender um pouco mais sobre os desafios que o Brasil tem à frente, o empenho de diferentes setores e a parceria com o setor privado para alavancar o desenvolvimento do País nesse tema. As perdas de água também são um problema grave no Brasil. “Ações que revertam esse quadro são importantes e o aumento da parceria entre o público e o privado para avançarmos juntos,” destaca Boetger.

Apesar do lançamento da terceira etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pelo Governo Federal, os recursos são insuficientes para os avanços.

A economista Chris Botan, superintendente-executiva de comunicação do Bradesco Atacado e apresentadora do podcast, ressaltou que, quando a água potável falta, há risco de doenças, até mesmo para cozinhar os alimentos. “Trazer esses assuntos para a pauta também estimula que vários players se envolvam em temas prioritários para o País, e isso também faz parte do nosso papel no mercado financeiro,” disse Botan.

O Insights está disponível, toda quarta-feira, nas principais plataformas de áudio do Brasil e no Instagram.

Para saber mais e conferir o conteúdo completo do episódio, clique aqui.

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