O Bradesco entregou mais um trimestre de melhora nos resultados, que vieram em linha com o consenso.
O lucro no terceiro trimestre foi de R$ 6,2 bilhões, um crescimento de 2,3% em relação aos três meses anteriores e de 18,8% na comparação anual. O ROE aumentou 0,1 ponto para 14,7%.
O destaque positivo foi a margem com clientes, que aumentou 4,8% no tri e 19% no ano em razão do crescimento da carteira de crédito e do spread médio – e mostrou que o banco vem retomando a capacidade de crescer com rentabilidade.

A carteira de crédito teve uma expansão de 1,6% no trimestre e de 9,6% frente ao mesmo período do ano passado.
Um analista do sellside destacou que o core trend de crédito do banco – que engloba a variação da carteira, o spread e as provisões – tem sido positivo.
A inadimplência acima de 90 dias ficou estável em 4,1% em setembro. Houve queda nos atrasos das PMEs – de 4,3% em junho para 3,7% em setembro.
Mas a inadimplência das pessoas físicas subiu de 5,1% para 5,4% no mesmo intervalo. Segundo o Bradesco, isso se deveu às operações do Banco John Deere, comprado em agosto de 2024.
A margem com o mercado foi de R$ 99 milhões, um número bem melhor que o reportado pelo Santander hoje (o banco espanhol teve um prejuízo de R$ 1,3 bilhão nessa linha).
Os dois bancos costumam ter perdas na tesouraria em períodos de alta dos juros, mas o Bradesco fez um ajuste relevante nos últimos trimestres e passou a ter resultados positivos nessa linha.
O Bradesco também expandiu as receitas com serviços – em 2,8% no trimestre e 6,9% no ano – e a seguradora continuou reportando bons indicadores: a sinistralidade caiu e o lucro foi de R$ 2,5 bilhões no tri, uma alta de 10,3% no sequencial e de 6,5% na comparação anual.
O ROE da operação de seguros aumentou de 21,4%, no segundo tri para 22,4% no tri de setembro.
Mas o mercado achou que poderia esperar mais.
“O Santander divulgou seu balanço hoje pela manhã; a expectativa era baixa e os números surpreenderam. Isso subiu a barra para o Bradesco, que vem de uma sequência de bons resultados, então pode ser que a ação devolva um pouco,” disse outro analista do sellside.
A ação do banco subiu 3,2% hoje, embalada pela expectativa de um resultado acima do esperado, e acumula alta de 65% no ano – enquanto o Itaú sobe 42% e o Santander, 25%.
Do lado negativo, o ponto de atenção foi o crescimento das despesas operacionais, que aumentaram 3,7% no tri e 9,6% no ano.
“O Bradesco tem colhido os frutos do turnaround. Mas no futuro, a expansão do ROE vai depender também da melhora da eficiência e do controle de despesas,” disse um analista.











