A Brava Energia acaba de eleger Richard Kovacs como seu novo chairman. Kovacs já era conselheiro da empresa e foi eleito por unanimidade. Ele assume a presidência do conselho no lugar de Harley Scardoelli, um ex-CFO da Gerdau que permanecerá no board.
O movimento acontece duas semanas após a formação do bloco de acionistas pela Yellowstone, JiveMauá e Queiroz Galvão, que juntas somam 21% do capital.
Kovacs é CEO da operadora de usinas térmicas eBrasil, que, assim como Yellowstone (um veículo de investimentos), pertence ao empresário pernambucano José Cantarelli.
Kovacs disse ao Brazil Journal que a formação deste bloco aconteceu porque a Brava precisava “ser uma empresa de dono”, e que a ideia é continuar buscando sintonia entre todos os acionistas para a tomada de decisões futuras.
“O ponto central é que não acreditamos que empresa sem dono dá certo,” disse Kovacs. “Um bloco consolidado facilita decisões e transmite confiança ao mercado.”
O novo chairman também disse que a conversa com as famílias Gerdau e Bartelle e com a Maha Energy – todas acionistas da Brava – está sendo positiva, mas que “há limitações para alguns participarem do bloco”.
Ainda assim, “existe coesão sobre o rumo da companhia,” disse.
Kovacs disse que nada vai mudar na gestão da Brava, e que o conselho está satisfeito com o CEO Décio Oddone.
Kovacs disse que a Brava continuará focada em desalavancagem e na melhora operacional, especialmente com a redução no capex no onshore, bem como na evolução dos campos de Atlanta e Papa-Terra, que bateu recentemente o seu volume recorde de produção.
Na semana passada, a Brava anunciou um acordo de antecipação de recebíveis com a Yinson que botou US$ 260 milhões em seu caixa, além da geração de US$ 40 milhões em créditos fiscais, o que o mercado viu como positivo para o fluxo de caixa da companhia e também por simplificar a estrutura de capital.
Segundo Kovacs, a Yellowstone – a terceira maior acionista da Brava, com 6,9% do capital – não tem intenção de aumentar sua posição.
A Yellowstone entrou na Brava depois que Cantarelli vendeu os 50% que a eBrasil tinha na Celse, a maior usina termelétrica da América Latina, um negócio de R$ 6 bilhões.
“Estamos satisfeitos com o tamanho da participação. O objetivo de formar o bloco foi atingido. Agora é estabilizar o captable e seguir entregando resultados trimestre após trimestre,” disse.
A ação da Brava acumula queda de 33% em doze meses – um período que coincide com o aniversário do anúncio da fusão entre a 3R e a Enauta que criou a empresa.
A Brava fechou sexta-feira valendo R$ 9,3 bilhões na Bolsa.