Entre 1978 e 2003, o Concorde atravessava o Atlântico fazendo as rotas Londres-Nova York e Paris-Nova York em três horas e meia. O equipamento usado pela British Airways e pela Air France era barulhento, caro e altamente poluente.
Com o tempo, a baixa demanda e um desastre fatal botaram fim à carreira do jato supersônico comercial.
Agora, 18 anos depois, a United Airlines está fazendo planos de colocar no ar um novo jato que promete cortar o tempo de viagem aérea pela metade.
A United acaba de encomendar 15 jatos do tipo produzidos por uma pequena startup de Denver chamada Boom Supersonic.
A United vai pagar US$ 3 bilhões pelo jato — batizado de Overture — assim que a Boom tiver cumprido os requisitos de segurança, operação e sustentabilidade exigidos pela companhia. O contrato inclui a opção de compra de mais 35 nos próximos anos.
O Overture será capaz de voar numa velocidade duas vezes mais rápido do que os aviões mais velozes de hoje — Mach 1.7 — e vai conectar mais de 500 destinos.
Segundo a United, será possível voar de Newark (argh!) até Londres — um trajeto que hoje dura 7 horas — em 3,5 horas; de Newark para Frankfurt em 4; e de São Francisco até Tokyo em 6.
A Boom promete que seu superjato será carbono neutro e vai funcionar com ‘combustíveis de aviação sustentáveis’ — 8 vezes mais caros que os tradicionais.
Segundo a empresa, o jato conseguirá levar 85 pessoas a um custo per capita entre US$ 5 mil e US$ 7 mil.
O timeline da United prevê que a fabricação dos jatos comece em 2023, o rollout aconteça em 2025, e o primeiro vôo, em 2026. Infelizmente, o serviço comercial só começará três anos depois.
A Boom foi fundada há sete anos por Blake Scholl, um ex-executivo do Groupon e da Amazon, no porão de sua casa — segundo ele, “com apenas uma planilha e um sonho.”
Ainda que não tenha nenhum background em aviação, Scholl trouxe veteranos do setor para ajudá-lo na empresa. O engenheiro-chefe da Boom, por exemplo, é um ex-funcionário da SpaceX, a empresa de foguetes de Elon Musk.
“Viajar é um bem fundamental do ser humano e queremos tornar o ‘supersônico’ possível o quanto antes,” Scholl disse à NBC. “O mundo precisa disso.”
A Boom já levantou US$ 240 milhões com fundos de venture capital, incluindo o Y Combinator e a American Express Ventures, além da Japan Airlines.
Na última rodada, em abril, a Boom levantou US$ 45 milhões e foi avaliada em mais de US$ 1 bilhão.
Tá aí um parceiro interessante para a Embraer…