A BlueLine uma gestora macro com R$ 400 milhões sob gestão está comprando a Itaverá Investimentos, a gestora de ações de Rodrigo Magela.

A transação foi 100% em ações e marca a entrada da BlueLine no segmento de renda variável, que será liderado por Magela. 

11804 92388b15 404b 3925 ad4b 638fadf95a81O gestor tem mais de 25 anos de experiência, com passagens pelo antigo Banco Pactual, ARX e Oceana, que ele ajudou a fundar.

Em 2014, Magela saiu da Oceana para criar a Itaverá, uma gestora monoproduto com um fundo long-biased e foco em análise fundamentalista.

A união das duas casas é o tipo de consolidação que tende a ser cada vez mais comum numa indústria de fundos atormentada por saques impiedosos em meio a Selic de 13,75%. 

“Estamos aproveitando esse momento mais difícil do mercado local para encorpar o nosso time,” Giovani Silva, o co-fundador e CIO da BlueLine, disse ao Brazil Journal. “Depois que a Bolsa sobe, que o Brasil vira Suíça, fica muito difícil trazer gente. Agora, estou conseguindo trazer uma pessoa com muita experiência.”

Para Giovani, “os ciclos de política monetária estão chegando ao fim. O Fed anunciou o fim do ciclo. O BCE já foi mais dovish. O México está falando que está parando. O Brasil também. É um momento muito bom para ter uma equipe pronta, porque quando os juros começarem a cair você tem que estar em equity.”

Do lado da Itaverá, a decisão de vender a gestora teve a ver com a saída do principal investidor do fundo uma família que tinha parte relevante das cotas. 

boopo rodrigo magelaA Itaverá chegou a ter mais de R$ 230 milhões em ativos sob gestão no high da Bolsa, em 2021. Agora, o AUM está ao redor de R$ 20 milhões. 

“Vimos que fazia muito sentido nos unirmos a um grupo maior que tivesse outros produtos, o que dá uma sustentabilidade maior para a casa no longo prazo,” disse Magela. 

Outro fator que atraiu a Itaverá, segundo Magela, é o fato da BlueLine ter o suporte do Itaú, o que ajuda na distribuição dos produtos. 

Giovani disse que a transação deve agregar novas estratégias para o fundo macro da BlueLine. 

Até agora, o fundo operava em equities apenas com uma estratégia top down e por meio de ETFs e derivativos. Com a entrada de Magela, o fundo passará a operar com outras três estratégias de equities: value, comprando ações globalmente que têm valor no médio e longo prazo; event driven, investido com base em eventos corporativos, como fusões e spin-offs; e a long&short. 

A aquisição é a segunda da BlueLine desde que o Itaú investiu R$ 200 milhões na gestora em dezembro de 2021. Em setembro passado, a gestora comprou a Greenbay Investimentos, que operava um fundo multimercado com foco em trades táticos, mais de curto prazo.