O cerco está se fechando.
O Norges Bank, o maior fundo soberano do mundo com US$ 1 trilhão em ativos, decidiu excluir companhias de petróleo, mineradoras e geradoras de energia de seu portfólio, colocando-as em sua lista de investimentos proibidos.
A Vale e a Eletrobras foram banidas — nos dois casos por danos ao meio ambiente — assim como a Anglo American e a Glencore.
No Canadá, o fundo baniu quatro petroleiras: a Canadian Natural Resources, Cenovus Energy, Suncor Energy e a Imperial Oil.
O motivo: a alta emissão de gases que contribuem para o efeito estufa.
O Norges começou a usar a emissão de gás carbônico como critério de veto a investimentos há quatro anos.
Criado há 24 anos pelo Banco Central norueguês, o Norges disse que já se desfez de toda sua posição nas empresas blacklisted, mas que levou um longo tempo para operacionalizar as vendas, dada a “situação do mercado, incluindo a falta de liquidez de algumas ações.”
Enquanto isso, a ExxonMobil — a maior petroleira do mundo — está sofrendo pressão crescente de alguns acionistas para melhorar suas políticas ambientais e de governança.
Segundo o Financial Times, a Legal & General Investment Management, um dos maiores acionistas da empresa, disse hoje que vai se opor à reeleição do chairman e CEO Darren Woods na próxima assembleia. Dentre outros motivos, a gestora diz que a ExxonMobil falhou em agir no combate às mudanças climáticas.
“Temos visto muitos dos concorrentes da Exxon definindo e reafirmando suas ambições de sustentabilidade mesmo em meio às circunstâncias atuais,” Meryan Omi, a chefe de investimentos responsáveis e sustentabilidade da LGIM, disse ao FT. “O mundo, e os investidores da Exxon, não podem permitir que a companhia fique pra trás.”
A manifestação vem um mês depois de outros dois grandes acionistas da Exxon — o Church Commissioners (o fundo que administra os investimentos da Igreja da Inglaterra) e o New York State Common Retirement Fund — enviarem uma carta aberta para conclamar os acionistas da Exxon a “deixar claro, através de seus votos, que o momento cobra mudanças na governança e estratégia.”