A Birkenstock, uma das marcas de calçados mais icônicas do mundo, pode fazer um IPO ainda este ano.

Segundo a Bloomberg, o fundo de private equity L Catterton está trabalhando numa oferta que avaliaria a marca ao redor de US$ 8 bilhões — o dobro do valuation de dois anos atrás, quando o fundo assumiu o negócio.

As sandálias de couro mais amadas pelos hippies já fizeram muita gente torcer o nariz – mas na pandemia, o mundo se rendeu.

Os pares da alemã Birkenstock se transformaram em item obrigatório do ‘dress code’ no home office – e foram elevados à categoria de item cool pelos mais jovens. As sandálias foram parar até nos pés de uma Barbie cansada dos saltos altos no filme que literalmente arrasou o quarteirão.

Segundo o Financial Times, a Goldman Sachs e o JP Morgan estão assessorando o L Catterton.

A fabricante de calçados foi fundada em 1774 por Johann Adam Birkenstock. Seus herdeiros mantiveram uma posição acionária minoritária depois da entrada do fundo de private equity no negócio.

A empresa produz a maior parte de seus calçados na Alemanha e emprega 3.000 pessoas. Com os recursos do IPO, deverá investir na sua expansão para novos mercados, como a Índia e a China.

O L Catterton nasceu em 2016 fruto de uma parceria entre o private equity americano Catterton – especializado em marcas de consumo – a LVMH, a maior holding de marcas de luxo do mundo, e o family office de Bernard Arnault, o controlador da LVMH,.

Recentemente, duas outras marcas de calçados fizeram barulho ao estrear na Bolsa – com resultados bem diferentes.

Em novembro de 2021, a fabricante moderninha de tênis sustentáveis AllBirds fez seu IPO e viu seu papel subir até 90% no primeiro dia de negociação, com o valuation superando os US$ 4 bilhões.

Fundada em 2016 por Tim Brown, um jogador de futebol neozelandês, a Allbirds começou vendendo poucos modelos – todos feitos com lã merino e materiais sustentáveis – e virou peça obrigatória no guarda-roupa de celebridades e fundadores de startups, mas quase nunca deu lucro.

Sua ação negocia hoje abaixo de US$ 1,50 – um décimo do preço de US$ 15 fixado na oferta inicial.

Já a suíça On – que tem entre seus acionistas Roger Federer e Marc Lemann, o filho de Jorge Paulo – tem uma história mais feliz.

A marca de calçados esportivos de alto desempenho abriu o capital em setembro de 2021, com a ação em US$ 24 – acima do range previsto. Hoje o papel vale US$ 35,80, e a empresa vale mais de US$ 11 bilhões.