Carlos Alberto “Beto” Sicupira comprou 30 milhões de ações da Light, um investimento de R$ 550 milhões a preços de hoje que equivale a 9,9% da distribuidora de energia do Rio de Janeiro, a companhia anunciou ontem à noite.
Beto — um dos controladores da Ambev, Lojas Americanas e B2W e sócio da 3G Capital — comprou metade da posição no mercado e metade do ex-banqueiro Ronaldo Cezar Coelho numa transação privada.
Ronaldo, que havia atingido uma participação de 22,5% na Light, agora detém 17,5% da distribuidora, e tem defendido que a Light se torne uma corporação, com capital pulverizado.
Beto agora é o terceiro maior acionista da companhia, depois de Ronaldo e da Cemig, que ainda tem 22,5% da companhia mas já sinalizou que pretende vender sua posição.
O anúncio da posição acontece semanas depois da Light anunciar Firmino Sampaio como seu novo chairman e Raimundo Nonato Castro como o novo CEO. Nos últimos 20 anos, ambos trabalharam no turnaround das distribuidoras adquiridas pela Equatorial Energia, um dos maiores casos de sucesso do setor elétrico.
Além de um turnaround que reduza drasticamente as perdas operacionais e a inadimplência da Light, Ronaldo vê opcionalidades na companhia.
Numa entrevista ao Valor na segunda-feira, ele defendeu que a Light crie um braço de investimentos em infraestrutura para explorar sinergias com sua área de concessão e passe a atuar também como uma plataforma de serviços e tecnologia com foco no cliente. Segundo ele, a meta é apostar pesado na digitalização e processos.
A Light vale R$ 5,5 bilhões na B3. No fim de setembro, os acionistas da companhia aprovaram um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão, o que deve levar a um follow-on nos próximos meses.
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