O ciclo econômico tem sido “extremamente rápido”, e com isso o bear market também chegará ao fim rapidamente. É com essa hipótese que trabalha o chief investment officer do Morgan Stanley, Mike Wilson.
“Tivemos a queda na atividade econômica [por causa da covid], depois a recuperação em V, o pico no emprego. O ciclo tem sido mais acelerado que os anteriores,” Wilson disse numa entrevista à CNBC. “É uma boa notícia, porque significa que esse bear market chegará ao fim mais rápido. Será doloroso, mas será passageiro.”
Desde o início do ano, o S&P 500 recuou 20%. Na Nasdaq o mergulho foi ainda maior, de 28%, e o Dow Jones Industrial Average acumula queda de 16%. Foi o pior início de ano para o mercado americano em cinco décadas.
Wall Street tenta neste momento antecipar se haverá ou não recessão nos Estados Unidos e qual o possível impacto sobre os mercados. O ponto central, disse Wilson, será observar o mercado de trabalho. Com emprego forte, o recuo no PIB será postergado ou mesmo evitado.
Para o CIO do Morgan Stanley, se houver uma recessão, o S&P 500 cairá ainda mais, e seu ponto mínimo deverá ficar ao redor dos 3.000 pontos. Seria um mergulho adicional de 22% em relação ao patamar atual, de 3.863 pontos.
Mas no cenário de pouso suave na economia, a retração nos preços das ações seria menor. O S&P 500 recuaria para perto dos 3.400 pontos, uma desvalorização de pouco mais de 10% ante o nível de hoje.
Wilson, o principal estrategista do Morgan Stanley para ações americanas, destacou que o fortalecimento do dólar afeta negativamente os resultados das empresas. Esse é um dos motivos para o banco estar mais pessimista do que a média do mercado em relação à estimativa de lucros para o S&P 500.
O Morgan Stanley mantém no momento uma estratégia defensiva para ações. O banco está overweight em empresas de saúde, infraestrutura e do setor imobiliário.