A Azul acaba de lançar um follow-on que pode levantar até R$ 4,1 bilhões num momento em que a companhia aérea busca reestruturar sua dívida e fortalecer seu balanço.
A empresa fundada por David Neeleman anunciou que fará uma oferta inicial – 100% primária – de 450,5 milhões de ações preferenciais, a um preço fixado em R$ 3,58, um prêmio de 17% em relação ao fechamento de sexta-feira.
Esse montante de R$ 1,6 bilhão já está comprometido com a equitização da dívida em dólar da companhia – ou seja, a conversão de parte das notas com vencimentos entre 2029 e 2030 (de emissão da Azul Secured Finance) em ações preferenciais da empresa. A troca precisa estar liquidada até 30 de abril para garantir a conclusão da reestruturação.
Mas o volume total captado pela Azul pode crescer em até 155% com a emissão de mais 697,9 milhões de ações, totalizando R$ 4,11 bilhões caso haja demanda.
Além disso, cada ação subscrita dará direito a um bônus de subscrição gratuito, exercível entre novembro e dezembro de 2026, ao mesmo preço da oferta inicial.
A oferta está sendo coordenada por UBS BB (líder), BTG Pactual e Citi.
Segundo a Azul, a operação visa reduzir a exposição da empresa às dívidas em dólar e também reforçar o caixa para despesas administrativas, marketing e vendas.
Como houve grande interesse de investidores pela oferta, a Azul optou por um hot issue mais robusto.
Segundo uma fonte próxima da transação, desde o anúncio da reestruturação em janeiro, aumentou o apetite de investidores pelo equity da companhia aérea, como hedge funds, bondholders e fundos especializados em aviação.
“Se o mercado seguir nessa volatilidade, vamos seguir só com a equitização. Mas se tivermos uma paz, vamos tentar capitalizar a companhia,” disse a fonte.
A Azul encerrou o quarto trimestre do ano passado com uma alavancagem de 4,9x – 1,2x acima do número registrado um ano antes.
A companhia aérea reportou uma dívida líquida de R$ 29,5 bilhões no fim de 2024. A Azul vale R$ 1,34 bilhão na B3.