A US Steel, a centenária siderúrgica fundada por John Pierpont Morgan e Andrew Carnegie, aceitou uma proposta de aquisição apresentada pela Nippon Steel, um casamento que dará origem ao segundo maior grupo siderúrgico do mundo.
A Nippon ofereceu US$ 14,1 bilhões em cash – U$ 55 por ação – para assumir a americana, um prêmio de 40% em relação ao fechamento da última sexta-feira.
Os conselhos de ambas as companhias aprovaram a fusão, que deverá ser concluída no terceiro trimestre de 2024 – e ainda precisará do aval dos acionistas e reguladores.
Dados da World Steel Association mostram que a Nippon produz anualmente cerca de 66 milhões de toneladas de aço; a US Steel, 20 milhões. Unidas, ficarão atrás apenas da China Baowu Steel Group.
Fundada em 1901, a US Steel manterá seu nome e sua sede em Pittsburgh, Pensilvânia.
Acumulando resultados fracos nos últimos trimestres, a companhia vinha sendo um alvo constante de propostas de fusão de concorrentes.
Em agosto, a Clevend-Cliffs, comandada pelo brasileiro Lourenço Gonçalves, fez uma oferta não solicitada de US$ 7,3 bi em dinheiro e ações. O conselho da US Steel rejeitou a transação, mas deu início a uma análise de alternativas para o futuro da companhia.
Com fábricas mais antigas e de maior custo operacional, a US Steel perdeu competitividade em relação à concorrência. Para a Nippon, o avanço internacional é uma resposta à retração da demanda japonesa.
“O negócio deve ser interpretado como um sinal de confiança no ciclo de crescimento nos EUA,” diz o analista Leonardo Corrêa, do BTG. “Podemos ter preços de aço estruturalmente mais elevados, particularmente considerando as elevadas tarifas de importação.”
Após o anúncio da transação, as ações da US Steel dispararam 27% no pre-market, subindo a US$ 50 – ainda abaixo da oferta de US$ 55. Os papéis da Nippon Steel caíram 1,1% na Bolsa de Tóquio.