Em seu primeiro follow-on desde o IPO há 11 anos, a Arezzo&Co está lançando uma oferta de ações para levantar cerca de R$ 800 milhões – repondo a pólvora para uma estratégia de aquisições que busca criar a maior ‘house of brands’ do País.

A empresa está emitindo 7,5 milhões de ações na oferta-base (R$ 615 milhões na cotação de fechamento de ontem), mas se o hot issue for colocado, a oferta aumentará em 35% e chegará a R$ 830 milhões assumindo a cotação de ontem. O pricing está marcado para 3 de fevereiro.

Os coordenadores são Itaú BBA, BTG Pactual, BofA, XP, Santander e UBS BB.

10799 3093a5f1 6aa2 1e25 5b4b a9f11b3a021etiming da oferta indica que o CEO Alexandre Birman resolveu capitalizar a janela de mercado que se abriu nos últimos dias depois do choro e do ranger de dentes que marcaram a Bolsa até a primeira metade deste mês.

Em vez de esperar até 10 de março para anunciar a oferta apenas depois da publicação do quarto trimestre – um tri que o sellside projeta como o mais forte em muitos anos – a companhia preferiu ser grata pela oportunidade e botar a oferta na rua agora.

A correção na B3 derrubou a ação do high de R$ 100 em julho passado para um low de R$ 65 em 10 de janeiro. O papel fechou ontem a R$ 81,91, com a companhia valendo R$ 7,7 bilhões.

A Arezzo&Co vai usar os recursos da oferta para suportar seu crescimento orgânico – incluindo a abertura de lojas, aumento da capacidade logística e investimentos em tecnologia – e bancar novas aquisições.

Um dos pontos específicos na agenda do management é o aumento da capacidade fabril. A companhia – que comprou duas fábricas no ano passado – pretende adicionar mais capacidade para crescer em categorias específicas, como bolsas femininas, e elevar o seu sourcing próprio de 10% para 25% em 2023, segundo uma pessoa a par da estratégia.

A oferta de hoje vem no rastro de aquisições que transformaram a Arezzo&Co – antes uma líder em calçados femininos – numa holding de moda com ambições de consolidação.

Depois de comprar a Reserva, e as marcas digitais BAW Clothing e Carol Bassi, a Arezzo&Co manteve conversas preliminares sobre uma fusão com o Grupo Soma, mas o papo não progrediu.

Neste sentido, a oferta anunciada agora fortalece o balanço da companhia para a eventualidade de uma transação – e, se ficar restrita a transações menores, a Arezzo&Co terá mais caixa na mão para negociar.

No terceiro trimestre de 2021, incluindo aquisições, a receita líquida da Arezzo&Co cresceu 87%, o EBITDA dobrou, e o lucro aumentou 193%.