Em sua iniciativa mais agressiva em direção a serviços financeiros, a Apple está prestes a lançar um cartão de crédito integrado à sua ‘wallet’ em parceria com a Goldman Sachs.
Trata-se de um jogo de ganha-ganha: a Apple quer aumentar sua receita com serviços, num momento em que as vendas de iPhone vêm derrapando, enquanto a Goldman está em busca de clientes de varejo para seu banco digital.
Segundo o The Wall Street Journal, funcionários das duas companhias começarão a testar o produto nas próximas semanas, e o lançamento ao público deve acontecer entre março e abril.
Para atrair os clientes, as empresas estão apostando em serviços adicionais para controle de despesas. Os usuários poderão, por exemplo, definir metas de gastos, acompanhar seus programas de benefícios e gerenciar melhor os seus saldos em conta.
A plataforma conta com um sistema parecido com o usado em seu app de exercícios físicos, que tem uma espécie de gráfico em pizza que vai mostrando o atingimento de metas diárias.
O app enviará notificações baseadas numa análise mais aprofundada dos hábitos de compra. Caso a pessoa gaste mais do que o normal numa compra no supermercado, por exemplo, o app enviará um alerta.
Hoje, a Apple já ganha uma pequena taxa com o Apple Pay — a solução em que os bancos ‘embarcam’ seus cartões na wallet, permitindo o pagamento via celular — quando os usuários fazem compras com cartões.
Tendo seu próprio cartão de crédito, no entanto, a empresa conseguirá tirar uma fatia maior do bolo.
O lançamento é uma tentativa de disseminar o uso do próprio Apple Pay, que tem tido dificuldades para cair no gosto de consumidores e comerciantes.
Já para a Goldman Sachs, o grande ativo são os usuários de iPhone.
Em 2016, a Goldman lançou seu banco digital de varejo, o Marcus, e a aposta é que a parceria com a Apple possa atrair os milhões de usuários de iPhone — em grande parte jovens com alta renda — para a plataforma.
Em toda sua história, será a primeira investida da Goldman no mercado de cartões. Segundo o Journal, o banco está criando um call center de suporte ao cliente em todo o país e desenvolvendo um sistema interno para processar pagamentos.
A estimativa é de um investimento de US$ 200 milhões no projeto — um valor alto num momento em que o banco se esforça para cortar custos.