Bobby Axelrod, o rei do insider trading na série de TV ‘Billions‘, tem muito que aprender com os irmãos Batista.
No mês passado, enquanto confessavam seus crimes ao Supremo Tribunal Federal, os irmãos Joesley e Wesley Batista venderam quase 32 milhões de ações da companhia, um total de R$ 328 milhões. (no gráfico acima, as vendas estão marcadas em vermelho)
Do outro lado do negócio, sem a menor ideia da bomba que viria, o maior comprador do lote dos irmãos era — você acertou — a própria JBS, isto é, o dinheiro de todos os seus acionistas, incluindo o BNDES.
A empresa comprou 19,3 milhões de suas ações no mês em que os irmãos venderam.
Segundo investidores, os Batista foram responsáveis por 15% das vendas do papel no mês passado.
Em março, nem os irmãos venderam, nem a companhia recomprou nenhuma ação.
O ’trade de abril’, que certamente será investigado pela CVM e Ministério Público, está despertando a ira de acionistas minoritários da JBS ao mesmo tempo em que diversos bancos dizem ter sido procurados pela JBS para cotar grandes posições compradas em dólar nos últimos dias.
A JBS é conhecida por suas enormes posições especulativas e, na delação, Joesley admitiu o acesso a informações privilegiadas.
A dúvida no mercado é se a imunidade conquistada pelos Batista se estende até aos crimes contra o mercado de capitais.
Sobre todo o resto, não resta dúvida alguma.