O Presidente Jair Bolsonaro indicou hoje o contra-almirante da reserva Rodolfo Henrique de Saboia para o cargo de diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, colocando um militar de alta patente no lugar de Décio Oddone, que renunciou há pouco mais de um mês. 

Ele é filho do Almirante Henrique Saboia, um dos nomes mais reverenciados da Marinha e ministro da Pasta no Governo Sarney — o primeiro depois da ditadura militar. Saboia, le père, morreu em 2005.

O Linkedin de Saboia sugere que ele não tem experiência prática no setor de petróleo e gás.

Atualmente, ele é o superintendente de meio ambiente da Diretoria de Portos e Costas da Marinha, onde está há mais de sete anos. Antes, foi oficial de comando da Força de Superfície da Marinha e chefiou a equipe de assessoria do Diretor-Geral do Material da Marinha. 

No início dos anos 2000, Saboia também fez parte de Junta Interamericana de Defesa, representando o Brasil no órgão que desenvolvia abordagens colaborativas de defesa e segurança para os países da América do Norte, Central e do Sul. 

A saída de Oddone — que assumiu a ANP em 2016 durante o governo Temer — foi inesperada. O fim de seu mandato estava previsto para dezembro deste ano, mas ele antecipou a saída com uma carta-renúncia em 26 de janeiro. 

Se confirmado pelo Senado, Saboia assumirá a ANP num momento crítico para o setor, marcado pela implosão do preço do petróleo com o fracasso do acordo entre a OPEP e a Rússia e o corte nos preços feito pela Arábia Saudita.

 

O preço deprimido do barril pode colocar em xeque o calendário de leilões de petróleo da ANP marcados para 2020.  Outro desafio será a abertura do mercado de downstream, cujo maior evento será a venda das refinarias da Petrobras.