A American Express Global Business Travel está se fundindo com um SPAC da Apollo Global e vai para a Bolsa de Nova York avaliada em US$ 5,3 bilhões.

A AmEx GBT é a plataforma de reserva de viagens para clientes corporativos. A American Express hoje tem 50% da empresa, depois de ter vendido a outra metade em 2014 para um grupo de investidores liderado pelo Certares, um fundo especializado em empresas de viagem e turismo. Na época, o grupo injetou US$ 900 milhões pelo stake de 50%.

Além de receber o caixa de cerca de US$ 817 milhões do SPAC, a AmEx GBT também receberá um PIPE de US$ 335 milhões cujos investidores incluem a própria Apollo, o Zoom (a empresa de videoconferências que se tornou onipresente com a pandemia), o sistema de reservas de viagens Sabre, a Ares Management e a HG Vora, uma gestora de Nova York docada em investimentos de ‘value’ e ‘event driven’.

A AmEx GBT — representada no Brasil pela Flytour — disse que a transação antecipa sua listagem em Bolsa e vai aumentar sua capacidade de investimento no negócio. A expectativa é que a fusão seja concluída no primeiro semestre de 2022.

Depois da transação, a empresa passará a se chamar Global Business Travel, mas continuará a ter o direito de usar a marca American Express por 11 anos.

O CEO Paul Abbott disse que a fusão é um “voto de confiança” dos investidores “no nosso negócio e no futuro das viagens de negócios, reuniões e eventos,” apesar da recuperação ainda pouco consistente do setor depois da pandemia.

Parte das viagens corporativas estão voltando à medida que a vacinação avança pelo mundo, mas novas variantes da covid e restrições a viagens também continuam a surgir, mantendo as viagens num patamar muito abaixo dos níveis pré-pandemia.

Segundo a Bloomberg, um estudo da consultoria AlixPartners prevê um “declínio estrutural” das viagens corporativas. A previsão é que em 2025 o número de viagens de negócios seja 25% menor que o de 2019. Uma pesquisa da Bloomberg mostrou que as empresas vêm reduzindo permanentemente seus orçamentos de viagens, por conta do surgimento de empresas como o Zoom – que agora está se tornando acionista da AmEx GBT.

A CFO do Zoom, Kelly Steckelberg, disse que as empresas trabalharão juntas em soluções de tecnologia para o novo mundo de reuniões e eventos presenciais, virtuais ou híbridos.

Em maio do ano passado, o Carlyle e o GIC desistiram da compra de uma participação de 20% na AmEx GBT por conta da covid — à época, a plataforma de viagens havia sido avaliada em US$ 5 bilhões, incluindo dívidas.

Desde então, a AmEx GBT, que tem sede em Londres, enxugou custos e fechou aquisições. A empresa comprou a Egencia, o braço de viagens corporativas da Expedia, pagando em ações; e também ficou com a startup de viagens de negócios com inteligência artificial 30SecondsToFly e com o Ovation Travel Group.