O Governo Biden poderá incluir as importações de alumínio entre as sanções contra a Rússia, em resposta à escalada militar na Ucrânia. 

Com os relatos de sanções, que circularam ontem, o alumínio chegou a subir mais de 7% ontem, empurrando as cotações da Alcoa (que fechou em alta de 5,3%) e de outras produtoras mundiais. 

A London Metal Exchange também estuda banir as negociações com o metal russo, outro fator que vem contribuindo para a reação nos preços.  

No Brasil, a ação da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) opera em alta de 3% na manhã de hoje.  

Segundo a Bloomberg, o governo americano ainda não tomou uma decisão final sobre as sanções. Entre as opções, estaria a proibição total das compras do metal originário da Rússia ou a imposição de tarifas extremamente restritivas. 

O principal alvo das medidas seria a Rusal, a segunda maior produtora de alumínio do mundo, atrás apenas da chinesa Hongqiao. A empresa, que responde por 6% do consumo global, é controlada por Oleg Deripaska, um dos oligarcas próximos a Vladimir Putin.  

Os preços do alumínio dispararam em março, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia. Mas como as exportações russas continuaram fluindo normalmente, o preço cedeu. Em setembro, em meio à expectativa crescente de uma recessão global, o metal caiu ao menor valor dos últimos 17 meses.

O alumínio negocia hoje a US$ 2.300, bem abaixo dos US$ 4.100 atingidos no ano passado. 

Nos últimos seis meses, os papéis da CBA perderam quase 40% sob o peso de um aumento dos custos de produção (reflexo da alta da energia) e a perspectiva de queda nas vendas. 

O Itaú BBA estima que a CBA terá uma queda de 50% no EBITDA nos próximos 12 meses. Ainda assim, os analistas do banco recomendam a compra da ação, com preço alvo de R$ 17 ao final de 2023. O papel hoje negocia ao redor de R$ 11,46.

A XP também recomenda compra. “Continuamos com visão positiva para o alumínio e vemos a CBA como uma das melhores empresas sob nossa cobertura para aumentar a exposição à transição energética,” disseram os analistas André Vidal e Helena Kelm, em relatório divulgado no início do mês, depois do CBA Investor Day. “Destacamos o valuation como um bom ponto de entrada, com a empresa negociando a 3,4x EV/Ebitda 2023.”