A Alper — a corretora de seguros que tem crescido com uma estratégia agressiva de M&As — acaba de fazer a maior aquisição de sua história.
A corretora está pagando R$ 95,5 milhões pela TRR, uma corretora focada no segmento de planos de saúde e que atende 600 empresas de médio porte.
A Alper vai pagar R$ 60 milhões à vista e o restante em duas parcelas anuais que vão variar dependendo da performance do ativo.
A TRR pertencia à Estáter, uma holding de investimentos que investiu no ativo há cerca de 12 anos. A Estáter decidiu vender porque está mudando seu foco para se concentrar nos segmentos de renováveis e digital.
A TRR emitiu R$ 762 milhões em prêmios no passado, em comparação aos R$ 3,2 bilhões da Alper. O vp de benefícios da Alper, André de Barros Martins, disse ao Brazil Journal que a aquisição vai aumentar sua receita da vertical de benefícios em 25% e a receita total da companhia em 10%.
A Alper fez uma receita líquida de R$ 243 milhões no ano passado, com a vertical de benefícios respondendo por R$ 101 milhões desse total.
Segundo ele, a aquisição é estratégica porque a TRR tem uma receita recorrente relevante e as sinergias entre os dois negócios são grandes.
“É uma empresa muito redonda, com um management muito bom e um alinhamento estratégico muito próximo do nosso,” disse o executivo, que também é um dos principais acionistas da Alper na pessoa física.
As sinergias virão do ganho de escala, que vai permitir à Alper melhores negociações com as operadoras de saúde, e também nos custos operacionais. Hoje, a TRR usa um software de terceiros para gerir sua carteira de clientes. Já a Alper tem um sistema próprio.
Com a implementação do sistema da Alper na TRR e os ganhos de escala, André estima uma economia de 20% nos custos. “O que investimos nos últimos três, quatro anos nesse sistema vamos capturar só com as sinergias,” disse ele.
Com a aquisição, a Alper vai aumentar seu número de vidas de 1,2 milhão para 1,5 milhão. A vertical de benefícios — que também inclui os seguros dentais e de vida — vai passar a representar quase 50% do top line da companhia.
André disse que nos últimos anos a Alper fez poucas aquisições no segmento de saúde porque a companhia estava esperando ter seus sistemas de gestão prontos para plugar nas adquiridas.
Para frente, o executivo projeta um crescimento expressivo dessa vertical. Parte disso virá do balcão da Caixa, que a Alper passou a operar com exclusividade nos segmentos de saúde e dental no ano passado.
A Caixa tem mais de 140 milhões de clientes PF e 2 milhões de clientes PJ.
A aquisição vem duas semanas depois da Alper pagar R$ 28 milhões pela Agis e um ano depois dela levantar R$ 150 milhões num aumento de capital que deu entrada para a Axxon, que na época ficou com 8% do capital. De lá para cá, a Axxon já aumentou essa participação, chegando a 19,5% do capital e se tornando o maior acionista da corretora, que vale cerca de R$ 550 milhões na Bolsa.