A COP30 exigiu consenso entre 195 países para fechar um acordo com 29 temas, mas é na agenda de ação — de adesão voluntária — que a implementação climática pode avançar de fato. E é justamente aí que surgem as maiores oportunidades para a economia brasileira.
Quem diz isso é Ana Toni, CEO da COP30 e uma das vozes centrais das negociações em Belém, em entrevista exclusiva no episódio final de COP Meio Cheio, Meio Vazio, podcast do Brazil Journal.
Ex-secretária de Mudança Climática do Ministério do Meio Ambiente, a economista detalha os avanços e impasses da conferência que aprovou 29 textos por consenso entre 195 países.
Apesar de a COP terminar sem mencionar a eliminação dos combustíveis fósseis, Ana explica que o tema não estava no mandato original e ganhou força apenas durante o encontro, impulsionado por discursos do presidente Lula e de ministros brasileiros.
“Foi uma vitória política imensa colocar na mesa um tema que não estava na pauta e que não era parte dos trabalhos,” disse a CEO da COP30
Ana reconhece, porém, o peso da geopolítica: a ausência dos Estados Unidos, tradicional mediador entre países árabes e ocidentais, dificultou avanços em um agenda já dominada por outras prioridades, como adaptação climática e transição justa — ambas contempladas no documento final.
A CEO comenta ainda o impacto da COP30 para o setor privado brasileiro, que “chegou unido” e se posicionou como provedor de soluções em energia renovável, agricultura de baixo carbono e bioeconomia.
Nos próximos meses, a presidência brasileira da COP trabalhará na elaboração dos roadmaps de combustíveis fósseis e desmatamento. Para Ana, a prioridade global pós-COP30 é clara: “implementação, implementação, implementação”.
O podcast COP Meio Cheio, Meio Vazio é publicado pelo Brazil Journal e tem patrocínio de Aegea, Allos, Santander e Vale.
Disponível no Spotify.











