O Opportunity chegou a um acordo para vender sua participação de 48% na Santos Brasil para a CMA CGM, uma gigante francesa de logística e transporte, pessoas a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
A CMA é o terceiro maior operador de contêineres do mundo em capacidade e faturou US$ 47 bilhões no ano passado. A empresa já era cliente dos terminais da Santos Brasil.
A transação saiu a um enterprise value de cerca de US$ 2,4 bilhões (R$ 13,2 bilhões), o equivalente a R$ 15,30 por ação, um prêmio de 20,4% sobre o fechamento de sexta-feira. O múltiplo da transação é de 12x EBITDA.
A Santos Brasil fechou sexta-feira valendo R$ 11 bilhões, com a ação negociando a R$ 12,71.
O closing é esperado para o final do ano, depois das aprovações regulatórias necessárias.
Os acionistas receberão ainda um dividendo de pelo menos R$ 0,50 por ação até o final do ano, e uma redução de capital previamente aprovada de R$ 1,85 por ação em 6 de novembro.
O Opportunity investiu na Santos Brasil em 1997, com o objetivo de expandir sua infraestrutura portuária. A empresa é a joia da coroa da logística portuária, operando cerca de 17% de todos os contêineres do Brasil.
De lá para cá, a empresa se transformou de apenas um terminal em Santos para um portfólio de ativos, incluindo um terminal de veículos, dois armazéns alfandegados, dois centros logísticos, um centro de distribuição, além de três terminais de granéis líquidos em Itaqui (MA), um terminal de contêineres e carga geral em Imbituba (SC), e outro terminal em Vila do Conde (PA).
A CMA fará uma oferta pública de aquisição pelo restante das ações.
A transação de hoje vem depois que múltiplos players estratégicos abordaram o Opportunity ao longo dos anos tentando comprar a Santos Brasil, sem que nenhum acordo fosse atingido.
O Rothschild & Co. assessorou os vendedores, que trabalharam com o BMA Advogados.
Jean-Marie Messier, o ex-CEO da Vivendi, assessorou a CMA, que usou o escritório Willkie Farr – Paris.