A XP está trabalhando para eliminar a holding que seria criada com a distribuição das ações que o Itaú detém em seu capital, dando aos atuais acionistas do banco acesso direto às ações da corretora.
Num fato relevante publicado agora há pouco, a XP disse que está estudando se fundir com a chamada Newco — que deterá 41,05% do capital da XP hoje nas mãos do Itaú.
A transação é um presente de Natal antecipado para os acionistas do Itaú porque, enquanto uma holding (como a Newco) costuma negociar com um desconto de cerca de 20% em relação a seus ativos operacionais, a fusão faria esse desconto desaparecer, permitindo aos acionistas de Itaú monetizar 100% do valor da XP. Os maiores acionistas da NewCo seriam a Itaúsa (com 37% do capital) e as famílias Setúbal, Moreira Salles e Villela.
Para Guilherme Benchimol e seus sócios, a transação traz uma vantagem adicional: a Newco herdaria diversos direitos políticos de que o Itaú goza hoje. Por exemplo, o banco tem acesso aos números da XP numa base mensal, em vez de trimestral como o resto do mercado.
Mais importante ainda: a Newco, da forma como seria constituída, seria detentora de ações classe B da XP, que tem o mesmo poder de voto que o núcleo de sócios que controla de fato a companhia.
Na estrutura que está sendo proposta agora, os acionistas de Itaú receberiam as ações classe A listadas na Nasdaq — ou BDRs na B3.